sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Um novo propmarkTV

As vezes gosto de falar sobre meu trabalho aqui no blog. Ainda mais quando tenho boas notícias como a reformulação do site do qual sou editora e repórter, o propmarkTV.



Reformulação que vai muito além do visual. "O projeto foi realizado com base em pesquisas de sites nacionais e internacionais do segmento publicitário que nos inspiraram para agregar ao propmarkTV os melhores serviços e oferecer ao usuário a possibilidade de compartilhar o conteúdo, podendo colar o vídeo no próprio site ou facebook, por exemplo”, diz Maira Costa, sócia da Twice. A empresa é responsável pelo novo layout e pela inclusão das novas ferramentas. "O novo projeto é baseado em duas frentes: os conteúdos e ferramentas de web 2.0 e os novos formatos de mídia”, ressalta Marcio Bern, também sócio da Twice. Outra novidade é o alinhamento do propmakrTV com os demais produtos da Editora Referência, como a inclusão de uma barra superior para a navegação no site de notícias do propmark e que permitirá também a navegação por outros sites como os das revistas Marketing e Propaganda, publicadas pela mesma editora.

A Predicta também participa do novo projeto, com a instalação de suas ferramentas para a mensuração detalhada do site. “Aplicamos a ferramenta de gestão de publicidade, Predicta Maestro, e a ferramenta de web analytics, Predicta Atmosphere”, diz o diretor de novos negócios da Predicta, André Freitas. “No caso do propmarkTV, dentro do web analytics temos o módulo específico de mensuração de vídeos que oferece métricas determinantes sobre os vídeos mais vistos no dia ou na semana e até os tópicos mais vistos de cada vídeo”, completa Freitas. A Predicta também vai prestar consultoria fazendo o acompanhamento e a análise dos resultados da interação dos usuários com as campanhas e o conteúdo do propmakrTV. “Estaremos ao lado da equipe da Editora Referência para melhorar a usabilidade, a navegabilidade e o engagement do usuário com o propmarkTV e posteriormente com todos os demais sites da editora”, afirma Freitas.

A Take 5 continua responsável pela estrutura de TV Online, permitindo que os vídeos sejam postados quase em tempo real no propmarkTV. “Nossa estrutura dá ao repórter o domínio de todo o fluxo da notícia de forma que ao produzir e editar o vídeo ele mesmo possa publicá-la no site a qualquer momento e em qualquer lugar, com agilidade no processo”, garante Alceu Costa Jr., diretor de novos negócios da Take 5. “O que vale não é o primor técnico que eventualmente pode ser necessário e agregado, mas sim o frescor da notícia”, conclui.

O site já entrou no ar com o patrocínio da ESPN que adquiriu a cota especial, assinando a tela ao redor do vídeo de destaque na home do propmarkTV. Outros formatos diferenciados de publicidade também estão disponíveis para comercialização. “Em janeiro o propmarkTV vai veicular uma campanha on e off-line para divulgar as novidades”, afirma Sérgio Ricardo de Jesus, diretor de novos negócios da Editora Referência.

Clique aqui e assista ao vídeo com a equipe envolvida na reformulação.

E aqui para navegar pelo novo propmarkTV.

Esta é a equipe envolvida na reformulação do propmarkTV.



Foto: MANOEL DE BRITO

Em pé, da esq./dir., a editora e repórter do propmarkTV, Rita Elisa Durigan; o diretor de novos negócios da Take 5, Alceu Costa Jr.; o gerente de produto da Predicta, Rodrigo Polacco; o sócio da Twice, Marcio Bern; e o diretor de novos negócios da Predicta, André Freitas. Sentados: o diretor de relacionamento e TI da Take 5, Ricardo Franco; o diretor de desenvolvimento web da Take 5, Luciano Valença; a sócia da Twice, Maira Costa; a gerente de marketing da Predicta, Clesia Simões e a gerente de atendimento da Predicta, Mara Croesy. Ah, faltou o Serginho.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O poder da cervejinha entre amigos

Até concordo que homens são de Marte e mulheres de Vênus, com suas diferenças hormonais que os distanciam pelo sexo. E defendo uma teoria: a de que o melhor planeta para se viver a dois não é Marte, nem Vênus. É o planeta Terra - e de preferência que a terra esteja bem firme e preparada para tremores e terremotos.

Mas o papo aqui não é discutir relação. O que, aliás, contrariando minha "espécie" acho um porre... Quero mesmo é defender a sagrada cervejinha entre amigos. Isso mesmo. E não só a deles como a nossa também. Tem coisa melhor do que sentar-se a mesa e poder beber a vontade - mesmo que um suco de fruta natural e sem açúcar - jogando conversa fora? Tá, eu sei que tem. Coisas tão boas, inclusive, a ponto de virar assunto quando se está realmente a vontade, entre pessoas do bem.

O Ministério da Saúde deveria advertir: mulheres que saem com frequência com as amigas simplesmente pra bater papo e até rir de si mesma ou dividir problemas são mais felizes que as outras. E os homens também. Porém, não se iluda. Eles vão sim comparar todas as bundas que passarem pelo bar, relembrar as últimas capas da Playboy - e ao contrário das mesas femininas, nas masculinas não se dá importância a photoshop ou celulite -, assim como vão falar de futebol, do trabalho e, muito provavelmente, nem - ou pouco - vão falar de relacionamento, principalmente se para eles for algo sério e estiver tudo bem. Mas o que importa é que isso vai deixar seu homem mais feliz. E que bom já que felicidade é vital e contagiante, seja em Marte ou em Vênus.

Então, se você não é adepta de encontros casuais ou não entende que tanto eles curtem a tal da cervejinha entre amigos, aproveite o clima de happy hours intermináveis de final de ano e experimente! Pra que esperar o final do próximo ano? Aliás, não vale se inspirar aqui naqueles encontros chatos e obrigatórios com a equipe da empresa. Falo de encontros com pessoas bacanas, que pensam como você. Pessoas das quais você gosta de estar perto e sabe que gostaria de compartilhar a vida um pouco mais. Proponha-se a começar o ano reencontrando mais suas amigas. As de verdade. Ou faça novas e mergulhe de cabeça. Vale a pena!

Aproveitando, reproduzo aqui - com "licença poética" - o que ouvi em uma dessas "mesas redondas":

"Eu tenho uma vida sexual tão ativa comigo mesma, que até quero um namorado, mas do jeito que está é mais confortável e dá menos trabalho. Tanto que as vezes me esqueço até de pensar em alguém".

E viva a liberdade de escolha e de expressão!!!

sábado, 8 de novembro de 2008

Resistência




Terminei de ler "Resistência. A história de uma mulher que desafiou Hitler". O livro é um diário de memórias da historiadora de artes francesa, Agnès Humbert, que sentiu na pele os efeitos da invasão alemã na França dos anos 40 e resistiu bravamente, mantendo tanto seus princípios quanto sua chama de vida acesos, até chegar ao fim. Até triunfar, signifique isso o que for.

Ao relembrar algumas descrições prefiro acreditar que minha imaginação é mais rica do que a realidade ali contada. E isso me faz admirar ainda mais a mulher que despe-se sem pudor para descrever em detalhes os horrores dos quais foi protagonista.

Mesmo diante dos bombardeios, da perspectiva eminente de morte que a ronda o tempo todo, é a guerra interna que mais incomoda. A resistência cada hora por sua causa, a não submissão e a sobrevivência disputando preferência.

A luta dos franceses e americanos contra os poloneses, sedentos de vingança, para preservar o que restou entre os escombros. O jeito de tirar vantagem da mais cruel situação em contradição com posturas nacionalistas inimagináveis em tais circunstâncias.

Um livro para ler, se houver estômago. E para não tentar entender o ser humano e suas reações diversas diante das mesmas situações. Cada um tem sua história e para isso tem que a escrever a seu modo. Agnès escreveu ao seu.



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Antes de desejar um bom final de semana, segue descrição que ouvi ontem sobre sair com ex:

"A gente sabe que é ruim, que faz mal, mas tem dias que é bom".

Então tá.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Aprendizes de campeão



Ontem cobri a inauguração da Sala de Leitura Felipe Massa da Escola Estadual Francisco Brasiliense Fusco, no bairro Campo Limpo, em São Paulo. Instituição adotada pelo Grupo ABC que tem feito melhorias estruturais no prédio da escola, antes abandonado, e com isso elevado índices como o de matrículas e diminuído o de evasão. Esses dados você pode assistir no depoimento do Beto Pires Ferreira, vp de responsabilidade social do Grupo ABC, ao propmarkTV.

Nizan Guanaes, sócio majoritário do Grupo ABC, também falou ao propmarkTV sobre o projeto e o objetivo do Grupo ABC a partir de agora, de melhorar os indicadores escolares com foco na capacitação e apoio aos professores e dirigentes da escola.



Durante a inauguração da Biblioteca Felipe Massa, o Unicef lançou também a nova campanha pelo incentivo à leitura, criada pela DM9DDB.



A representante do Unicef no Brasil, Marie_Pierre Poirier, comenta a campanha e pede o engajamento da mídia para a veiculação.

O piloto, que pode ser campeão da Fórmula 1 no próximo domingo, doou 1,2 mil livros para a escola e chacoalhou a bandeira, emocionado com as homenagens que recebeu.

Felipe Massa também gravou sua participação para o spot da campanha enquanto esteve na EE Dr. Francisco B. Fusco.

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Na madrugada de amanhã estarei voando rumo a Buenos Aires para cobrir o Festival de Publicidade El Ojo de Iberoamérica. Acompanhe no www.propmarktv.com.br.

Hasta la vista, baby!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Salvem as mulheres

Recebi o texto que segue (exatamente como chegou na minha caixa de e-mails), achei bacana e decidi compartilhar. Um dia, quem sabe, comento o assunto.
Se quiser, fique a vontade ;)


"Dizem que este texto foi feito a pedido da Mônica Waldvogel.

Como as mulheres estão desaparecendo aos poucos, a tradicional consciência ecológica do Diário da Tribo me fez lançar uma campanha de preservação muito mais importante que a do mico-leão-dourado, do tubarão branco ou da baleia azul.
Mulher - Manual de Preservação da Espécie de Fábio Reynol

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana. Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'. Tomem aqui os meus parcos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

Habitat
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA.Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar.Flores também fazem parte de seu cardápio. Mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Música ambiente e um espumante num quarto de hotel são muito bem digeridos e ainda incentivam o acasalamento o que, além de preservar a espécie, facilitam a sua procriação.

Respeite a natureza
Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação.... Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso. Não tolha a sua vaidade. É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Só não incentive muito estes últimos pontos ou você criará um monstro consumista.

*Cérebro feminino não é um mito. Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

*Não confunda as subespécies:
Mãe é a mulher que amamentou você e o ajudou a se transformar em adulto.
Amante é a mulher que o transforma diariamente em homem.
Cada uma tem o seu período de atuação e determinado grau de influência ao longo de sua vida. Trocar uma pela outra não só vai prejudicar você como destruirá o que há de melhor em ambas.Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar você vai pegar um bronzeado. Porém,se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.
* Salvem as mulheres! Uma campanha do Diário da Tribo sem o apoio do Greenpeace nem do WWF"

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Hoje é meu aniversário

Adooooro aniversários. Nesse dia aqueles amigos com as quais você não fala faz tempo, mas que sabe que estão ali pro que der e vier, ligam ou escrevem pra você. As pessoas chegam com sorriso pra te dar parabéns e mesmo que da boca pra fora te desejam coisas boas. Aos montes. Os telefones - todos eles - não param de tocar. Já recebi flores - e como é bom receber flores -, chocolates e ganhei um livro. E-mails também chegam, desde o primeiro, a meia noite. Muito especial ;) Meus pais que entre meus 30 e 31 descobriram os torpedos, a cada hora mandam um recadinho mais emocionante que o outro. Enfim, não é pra estar feliz? Eu estou.

Obrigada a todos que manifestaram seu carinho por mim e aos que ainda vão manifestar.
E que este seja o melhor de todos os anos. Até o próximo ;)

Meu coração vagabundo quer guardar o mundo...

Não poderia ter sido melhor minha última tarde de 30 anos. Amanhã, quando eu acordar, já terei 31. Idade que me fez refletir mais sobre ela mesma do que quando entrei para o clube das balzaquianas, contrariando a reação geral de minhas amigas mais velhas. Curti fazer 30. Me assustei diante do mais 1. Por pouco tempo. Passou e há algumas horas de virar a folhinha do calendário já entrei no clima de aniversário que tanto me faz bem. Sempre fez.

E hoje, diante de um Caetano Veloso despido de corpo e alma, senti que meu coração vagabundo também quer guardar o mundo em mim. Assistindo ao documentário totalmente despretensioso e por isso verdadeiro do diretor Fernando Grostein Andrade, voltei à minha adolescência e gostei do que vi. Tanto nas minhas lembranças quanto no real Caetano que me foi apresentado hoje.

Fernando, o diretor de apenas 27 anos - e que começou o projeto aos 22 - nem era fã por ele mesmo. Me revelou hoje, em entrevista que será veiculada no propmarkTV, que cresceu ouvindo a mãe adorar o Caetano... perai, eu adorei Caetano! Mas acho que foi essa proximidade distanciada de fã não fanático mas curioso pelo ser que permitiu à Fernando captar com verdade. E Caetano, como nunca se viu - pelo menos não eu - se sentiu a vontade.

Mais espanto ao ler na Trip (agosto/2005) o artigo de Fernando sobre os bastidores das gravações. Ainda escreve bem o multimidia polivalente "pirralho", como diria a Paula Lavigne. E teria sido bom jornalista também. Mas pode bater no peito, Fernando, e dizer: "Caetano se despiu pra mim". Sem timidez ou constrangimentos. Você trouxe a alma do mito à tona. Deu zoom até encontrar o ser humano.

A impressão que fica é que o menino Caetano da interiorana cidade baiana, Santo Amaro, foi brincar na casa do menino Fernando da capital paulista, ou vice-versa. Ambos ali, dispostos a compartilhar experiências e inconscientes das distâncias sociais, seja de tempo ou de estilo de vida. E que ao final do dia voltaram para suas casas para continuarem a vida. Que não será a mesma. Caetano foi visto por dentro e foi Fernando quem aproximou a lente de aumento.

Fernando também me inspirou. Meu trabalho tem sido assim, eu e minha câmera. E é pela falta de parafernália que também tenho encontrado verdade nos bate-papos gravados cá e lá. Amanhã, sem dúvida, ao botar meu equipamento nas costas e partir para mais uma aventura, não me sentirei só. Ou pelo menos gostarei mais dessa solidão profissional que termina quando ligo o REC e disparo a falar com alguém.

Obrigada Fernando, Raul (Dória, o produtor do filme que também me deu entrevista e se mostrou tão encantado quanto eu com esse Caetano), pela recepção carinhosa e pela experiência da minha última tarde de 30. Iara, a assessora também, o Raoni que voluntariamente - "encorajado" e nomeado repórter por 1 dia pelo Fernando - operou a câmera, o Fabio que me serviu café várias vezes e todos que carinhosamente me acolheram nesta tarde.
Obrigada Caetano. Gostei muito de te ver, caminhando sob o sol. Sua pele, sua luz, sua juba.

Agora uma declaração com gostinho de doce de feijão japonês colorido de rosa ao paladar de Caetano: obrigada vida pelos meses bem vividos entre os 30 e o 1 que vem ai ;)
E que comece o melhor dos anos.

OBS. Imagens cedidas pela Cine

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Cheguei a fim de municar

Se algo lhe soa estranho nesse título, tire suas dúvidas com Fernanda Young. Estive com ela agora. Não tão íntima e nem tão a sós quanto possa ter deixado parecer, mas íntima e só o suficiente para poder rir de mim mesma enquanto ela não se censurava sobre o palco... fui ver a peça A idéia.

Confesso que nos três primeiros minutos me senti "o cara que inventou a pipoca"... ai ai ai. Desculpa, Fernanda? Difícil me conter mas prometo que vou tentar reservar seu direito de não ter seu texto contado em blogs... e que texto. Bem bom!!! Digno dela, of course!

Continuando a confissão, no início achei que ela não fosse segurar a onda. Em alguns momentos quase vi a parafernália de um estúdio de gravação e a tela da televisão que separa claramente os artistas de TV dos que nasceram para o teatro. Algumas intervenções com a platéia eram vagas, mas ela foi se ajustando. Ta bem que ninguém telefonou pro 6969... ai, desculpa de novo?!?

Mas gente, a mulher tem o dom. Passados os 3 minutos não é que a pipoca estoura mesmo?! Ops!!! De novo. É, mas que estoura, estoura. O milho pequenino, duro e amarelo fica 5 vezes maior, fofinho, branquiiiiinho e crocante. E Fernanda Young dá um show.

É a ausência do medo de parecer ridícula que a torna bela e envolvente no palco. Ela ri de si mesma me fazendo rir de mim. E, cá entre nós, a altura e tonalidade das risadas eram como dedos apontados pra nós mesmos com a seguinte legenda: "tá vendo como você é ridículo as vezes? Mas a vida é assim. Você é assim. E todos dos quais você quer esconder que é assim, o são também. Talvez pior!!!"

Fernanda Young, meus aplausos. Espere que as críticas virão, aposto. E dai? Eu curti. E muito. Até porque, nada melhor que uma boa idéia para combater uma má idéia e como minha tentativa de escrever uma peça se resume a várias "primeira página", tenho que fazer mais uma confissão: QUE INVEJA!!! Da melhor possível porque ao sair do teatro eu estava livre e de alma lavada pra poder sentir inveja da boa.

Muita merda pra você!

EM TEMPO: Como não agradecer a companhia de uma amiga muito especial, que ainda antecipou meu presente de aniversário com o livro "Os catadores de conchas", de Rosamunde Pilcher. Minha ansiedade por ler tão boas obras sob minha posse só fez aumentar diante da obra que me foi carinhosamente entregue e recomendada... E lá vou eu.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A crise de cada um

Quem convive comigo sabe que vivi uma crise pessoal na semana que passou. UFA!!! Com que alívio digo "que passou". Foi talvez a mais brava crise "tepeêmica" da qual me recordo. Mas falar na minha TPM quando o mundo respira a crise econômica detonada nos EUA e que começa a avançar mundo fora, parece um tanto quanto egoísta. Ou não. Até porque essa tal crise pode chegar ao Brasil como um tsunami, ou provar que foram sábias as palavras do nosso presidente Lula de que ela pode passar pelo Brasil como uma "marola". Tomara!

Hoje pela manhã tive a oportunidade - e dizem que as melhores oportunidades estão nas crises - de discutir a crise sob a ótica dos que trabalham comigo. E como eu muitos acreditam que uma crise pode parecer maior do que realmente é. Ou não.

Mais do que oferecer dados numéricos e científicos, o que nessas horas dão um certo conforto, os noticiários estão recheados de opiniões com pontos-de-vista diversos. É possível fazer a lista dos otimistas, dos pessimistas, dos mais ou menos e dos que ficam ainda entre esses, os mais pra mais, os mais pra menos...

O fato é que a vida continua. Tem que continuar. Como ouvi de uma grande amiga semana passada, a vida é feita de ciclos. Pois é. Ela tem toda razão. Queiramos ou não, esses ciclos tem que se completar. Os dias são recomeços que terão meio e fim só para que possam recomeçar. Huuummm, esse texto está começando a ficar filosófico demais, meio mais pra menos que pra mais ou vice-versa. Então, vou reproduzir abaixo dois textos que recebi hoje pela internet, um do próprio autor - que acabou se tornando um amigo - e outro que pode ser da autora que assina, ou não. Acho que vale a pena dividí-los aqui.

Bom início de semana! Gostaria que todos que me lêem agora sentissem, como eu, que a crise passou. Mesmo que seja a tepeêmica. Se não é seu caso, posso garantir apenas uma coisa... ela vai passar. Sempre passa ;)

"A vida é uma fagulha divina.
Pouco a pouco passamos por ela e muitas vezes não percebemos nada a nossa volta.
É tudo tão mecânico que simplesmente nos dirigimos para cá e para lá.
Às vezes nos sentimos verdadeiros gigantes pelas conquistas do nosso caminho, e muitas vezes esquecemo-nos das pessoas que nos deram força para alcançarmos tantas vitórias. Os anos passam, deixamos para segundo plano tantas coisas e pessoas, sem nos concientizarmos de que a realização pessoal é, sim, muito importante, mas ela é parte de um contexto, ou seja, não " sobrevive " sozinha.
A vida pode parar a qualquer momento, a sua, a minha, a dos nossos entes tão amados, portanto a cada dia devemos rever nosso conceito de amor, de amar incondicionalmente, de expormos nossos sentimentos mais puros, pois deles depende um sorriso alegre, ou uma lágrima de emoção. Não nos basta apenas respirarmos, temos de sentir nosso coração pulsar, olharmos as pessoas nos olhos, vermos a sua alma brilhar.
Alçar vôo é fundamental, mas como diz a música: é preciso saber viver! Equilibrarmos o "ser" e o "ter" para, lá na frente, termos a certeza de que valeu a pena, de que nada foi em vão... de que as pessoas que cruzaram nossas vidas tiveram ciência de que foram especiais e que do nosso coração não sairão jamais, e se saírem, foi porque não mereceram ficar, pois não abraçaram a idéia de que para ser amado, é preciso amar, de que para cativar as pessoas não se pode contracenar."
-Denise Dízero


"Anti-ferrugem emocional
Os sentimentos influenciam os pensamentos. Logo, é possível desenferrujar nosso pensamento através da educação dos nossos sentimentos. Essas duas ferramentas interagem de forma contínua, seja a favor ou contra o nosso bem-estar. Educando nossos sentimentos, habituamos o cérebro a realizar conexões neurais mais positivas, mais prazerosas, numa prática que deve ser exercitada todos os dias. Assim evitamos auto-sabotagens e fortalecemos nossa auto-estima, nossa confiança, além da capacidade de nos recuperarmos de forma mais rápida frente aos traumas de nossa vida, sejam eles grandes ou pequenos.
Há uma terceira ferramenta que também ajuda na relação entre nossos sentimentos e nosso pensamento: a nossa linguagem, que é a forma como codificamos nossos sentimentos, em palavras ou símbolos, antes de transformá-los em pensamentos. A linguagem também define a forma como devolvemos ao mundo o que vai pela nossa mente e pelo nosso coração, resultando no sinal que enviamos para as pessoas que estão ao nosso redor.
Se for um bom sinal, ele tende a atrair também quem emite sinais positivos. Mas se for um sinal ruim, com chiados, uma confusão de sentimentos e pensamentos ruins ou duvidosos, nem é preciso dizer que as únicas pessoas que vamos atrair para nossa vida são aquelas que também bebem dessa mesma cachaça, temperada com pensamentos viciados e sentimentos negativos. Gente pra quem nada nunca está bom, nada presta, nada tem valor e que, gradativamente, começa a acreditar que o mundo todo conspira contra ela.
Resumindo: o mundo lá fora afeta diretamente os nossos sentimentos, que transformamos em linguagem. Essa afeta o nosso pensamento, que transformamos novamente em linguagem e devolvemos ao mundo em forma de comportamento. Controlar o pensamento é praticamente impossível. Mas educá-lo através do uso positivo dos nossos sentimentos é a grande sacada para uma vida mais plena, mais de bem consigo próprio e com aqueles que estão à nossa volta.
Sentimento, linguagem e pensamento são as principais ferramentas da caixa da nossa motivação. Logo, é preciso estarmos sempre atentos para que elas nunca enferrugem e machuquem a nós mesmos. O tétano, nesse caso, é bem mais danoso que o original. Ele contamina a alma."

-Eduardo Zugaib é profissional de comunicação, professor, escritor e palestrante – www.eduardozugaib.com.br

domingo, 28 de setembro de 2008

Aula de dobraduras

Quem olha para meu exemplar de Comer, rezar, amar, deve ter a impressão de estar diante do meu livro de "anotações" de uma "aula prática de dobraduras". É que adotei, em algum momento da minha vida literária, o hábito de "grifar" meus livros simplesmente dobrando as páginas formando com suas pontas uma flecha indicativa ao "xis" da questão.

Sim, e eu cheguei ao fim do livro. Foram exatos 47 dias desde que levei Liz Gilbert e suas aventuras pela primeira vez para minha cama... um período bem mais longo do que eu poderia prever ao sentir de imediato o prazer que a leitura estava me causando. Mas a falta de tempo... (não vou me repetir aqui). O fato é que gostei e me identifiquei tanto com as anotações de Liz que meu livro realmente ficou parecendo um caderno de dobraduras.

Em uma rápida análise posso dizer que foi a sinceridade de Liz que me prendeu à leitura. Essa mulher que se despe completamente - claro que somada à escritora que sabe e quer vender suas histórias - deixando a mostra suas mais aterrorizantes intimidades de forma tão real e perfeitamente identificável que me fizeram respirar aliviada em vários momentos e suspirar um "nossa, é exatamente isso".

Alívio também por saber que sim, mesmo com nossas distantes e diferentes histórias de vida, somos todas quase iguais; temos todas os quase mesmos sonhos - e aqui é preciso dizer que falo de algo muito mais complexo e simples do que os desejos de colecionar vestidos, sapatos, namorados, maridos ou perfumes -; e sim, temos todas uma única e mesma meta final, não como mulheres mas como seres humanos, a de encontrar e manter a felicidade bem ali, colada a cada uma de nós. (Perdoem-me os homens que estiverem lendo este blog, mas sinto-me muito tentada ultimamente a falar com as mulheres. E não tentem entender o porquê.)

Quero aproveitar aqui para responder a uma pergunta que me foi feita quando ainda me dedicava as primeiras páginas... agora com a propriedade de quem chegou a página final:

-Este livro será de auto-ajuda a medida que você esteja buscando ajuda. A minha experiência com esse texto foi a de me permitir olhar no espelho e rir de mim e para mim. A medida que fui chegando ao final do livro percebia que eu já sabia como tudo terminaria e nem sempre era como gostaria que fosse, ou bem melhor que isso.

O que mais me anima, no entanto, é que a história não terminou. A vida continua e preciso deixar o blog agora para continuar a escrever a minha, sem compromisso e, como diria a guru indiana de Liz: "Medo... de que?"

Ao quase encerrar esta mensagem quero dizer que resisti a copiar aqui alguns dos trechos "grifados" no meu livro, respeitando quem está no meio da viagem e não quer ficar lendo migalhas do que vem pela frente.

Quero pedir também a quem está nessa viagem que não me julgue por ter super-valorizado a obra, caso assim entenda ao chegar ao final do livro. Só me senti disposta a ser sincera com minhas percepções e sensações. E fui.

Quero registrar o agradecimento à quem no dia 7 de agosto me indicou este livro, depois de um rápido encontro em um restaurante quando fizemos uma ainda mais rápida retrospectiva de nossas vidas - mais olhando para o presente do que voltando ao passado já tão distante para nós duas.

Enfim, hora de comer, rezar e amar pra valer, o que quer dizer: nada mais do que na intensidade da verdade que há em mim. E não necessariamente nessa ordem.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

E-c@usos

Não me lembro tanto da palavra "causo" no vocabulário usual da minha família. Mesmo assim, por algum capricho dessa maravilha que é a mente humana, ela me remete a infância. Talvez por ser muito vinculada a histórias caipiras... E aqui é preciso confessar aos que nunca me viram escorregar na sonoridade do "R" de uma poRta ou poRteira - provavelmente por pouca convivência - que passei minha feliz infância no interioR, com "R" carregado sim senhoR.

O fato é que sim, o título dessa postagem me chamou muito a atenção e ainda causa um simpático estranhamento do "a" substituido pelo "@". E não, não foi criado por mim. É o nome do livro organizado pelo Indio Brasileiro Guerra Neto (que inclusive entrevistei e você pode assistir clicando aqui e aqui).

Você que acompanha meu blog sabe da minha batalha por mais tempo para ler as aventuras de Liz Gilbert em Comer, rezar, amar e todas as outras que encontro em tantos outros livros. Mas E-c@usos chegou nas minhas mãos como uma sugestão de pauta que, traduzindo melhor, significa pura e claramente trabalho. E se tornou mais um dos livros que tenho desejado e levado para a cama. São causos contados pelos brasileiros pioneiros nas descobertas da internet. E contados de maneira despretenciosa e, ao que parece, com a máxima sinceridade.

Enquanto esses desbravadores tentavam entender esse mundo novo que se abria cheio de possibilidades, eu também me sentia desbravadora dessa cidade de São Paulo onde era recém-chegada e já apaixonada por suas inúmeras possibilidades. E acho que isso também tem me encantado, esse comparativo do mundo corporativo deles com meu mundo pessoal que se misturariam em breve. O fato de estar agora trabalhando diretamente na web e em um meio um tanto quanto novo que é a webTV, como editora do www.propmarktv.com.br, também me aproxima dessas histórias que, por serem reais, tornam-se fantásticas.

Peço licença agora ao apresentador, roteirista e diretor de TV Marcelo Tas - e a todos os envolvidos na produção desta obra - para reproduzir aqui um trecho de seu e-c@uso "O primeiro internauta brasileiro e o bebê viciado em Google". Aposto que ele despertará uma certa curiosidade sobre o livro e imagino que causará espanto se não igual, ao menos parecido ao que tive ao ler que: abre aspas...

"Recentemente, nada me deixou mais desconcertado que o fato de meu filho Miguel, de 2 anos de idade, ficar viciado no Google. Sério! Não é papo de pai coruja(...) Um belo dia, eu estava com o browser aberto na pesquisa de imagens do Google, com dezenas de cavalos na tela. Ele se aproximou e apontou entusiasmado:
- Ahá! Cavalo!
Pulou no meu colo e ficou aguardando o que mais sairia daquela caixinha. Resolvi dar enter no teclado e pimba! As imagens dos cavalos começaram a se renovar na tela...
Eu achei que ele já estava satisfeito com a brincadeira, quando ele, com olhar compenetrado, me pede com firmeza e convicção:
- Carro.
(...) A brincadeira foi longe(...) O pequeno Miguel descobriu um uso para o sistema de buscas(...) É um excelente brinquedo para crianças da pré-escola. Uma espécie de caixinha de desejos. E tudo isso na primeira vez que o rapaz usou a internet!
Hoje, quando quer brincar no Google Imagens, Miguel diz:
-Papai, quero ver "uma" coisas!"

... fecho aspas.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O que levar para a cama

Enfim, consegui reencontrar minha mais nova amiga Liz Gilbert para saborear suas deliciosas aventuras pela Itália, Índia e agora Indonésia. Encontrei o tempo que o MacBook vinha me tomando quando ali, repleto de sua portabilidade, me obrigava a ir para a cama com ele e passar horas a fio em busca de novidades e de um trabalhinho extra sempre pronto a aparecer. Decretei o fim do nosso relacionamento noturno, salvo raras exceções, para me dedicar ao prazer da leitura de um livro.

Esse distanciamento do livro que eu estava gostando tanto me fez rever nossa relação. Isso mesmo. Exatamente como se formássemos um casal. Ao passo que ia lendo as palavras lado a lado, formando frases, parágrafos e imagens em minha mente, fui retomando as sensações que desde as primeiras páginas me invadiram, fazendo-me querer saber mais e mais daquelas histórias de Liz. Um prazer que fui deixando de sentir a medida em que fui esquecendo o livro ali, de lado, sem ao menos flertar com ele.

Cheguei mesmo a comprar e começar a ler outro livro, Resistência, durante uma viagem para a qual deixei de levar Comer, rezar, amar, de tão esquecido que andava. Mas sobre este volto a escrever no futuro. Uma coisa de cada vez.

E como ia dizendo, ao deixar de lado Comer, rezar, amar, fui esquecendo também o prazer que ele me proporcionava. Cheguei mesmo a comentar que não estava gostando tanto, mas que talvez fosse por não ter tanto tempo para ele... e era. Bastou deixá-lo me envolver novamente para sentir que nossa relação era sincera, recíproca e verdadeira, a ponto de que eu não tema que ele termine. Aliás, tudo que eu quero agora é que chegue ao final.

Antes, no entanto, quero registrar aqui alguns trechos que fazem todo sentido para mim.

"A flexibilidade é tão essencial para a divindade quanto a disciplina".
O contexto é um alerta sobre o perigo de se tornar obcecado pelos rituais religiosos na busca da espiritualidade.

"O eixo da calma fica no seu coração. É aí que Deus reside dentro de você. Então, pare de procurar respostas no mundo. Simplesmente retorne sempre a esse centro, e sempre vai encontrar a paz".
Reflexão que Liz credita ao seu iogue irlandês chamado Sean.

Bem, é isso.
Hora de desligar o computador!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Finde no Fest'Up

Vamos combinar que trabalhar em finais de semana não é nada legal. Tanta coisa boa pra fazer... ainda mais com o friiiio que fez sábado (30/agosto) em Sampa. Um convite e tanto para ficar de namorinho embaixo do edredom com direito a pipoca, filminho e Wii!!! Mas meu último finde de agosto não foi assim.

No entanto, apesar de ter trabalhado, foi bem legal. Estava cobrindo o 20º Fest'Up, um festival de universitários, talvez o maior do Brasil, realizado pela APP (Associação dos Profissionais de Propaganda). E olha que além dos estudantes decididos a aprender, os 80 profissinais que deram palestra também estavam "amarradões". Impressionante.

Mas chega de blá-blá-blá. Melhor mesmo é mostrar o trabalho...

Clique aqui e dê uma olhada no mico que uns estudantes pagaram durante o Fest'Up... mas valeu um estágio na Africa.

Agora, o resultado final do festival. E "as copeiras" também emplacaram o cartaz no Concurso de Material Gráfico. Veja!

Antes do concurso, as torcidas agitaram os corredores da FAAP. Dá só uma olhadinha...

Continue navegando no www.propmarktv.com.br
Te espero por lá!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Manual do que fazer para ser assaltada (em ordem crescente)

Saia de carro sozinha a noite.
Não tenha insulfilm nos vidros do carro.
Coloque o máximo de bolsas sobre os bancos, bem à vista, e mantenha o vidro fechado - o que não muda nada.
Quando passar por um semáforo, principalmente naqueles lugares mais escuros e considerados perigosos, fique pensando "na morte da bezerra", como diria minha mãe, ao invés de estar atenta aos movimentos ao seu redor.

Se você for uma pessoa muito protegida, como eu, terá a sorte de:
-ter apenas o vidro de seu carro estourado por algo que você vai demorar muito para decifrar que é o vulto de uma pessoa, um ser humano como você;
-levar o maior susto e soltar o maior grito da sua vida;
-sentir os estilhaços do vidro do passageiro se jogarem sobre você sem entender se está envolvido em um acidente ou se jogaram um míssel sobre sua cabeça;
-perceber que entre sua mala com equipamentos de trabalho e sua bolsa com carteira, documentos, cartões e até um dinheirinho extra, levaram apenas a bolsa com uma troca de roupas, sua necessaire de maquiagem, um creme e um perfume, o carregador do celular e, isso sim de deixar bem chateada, a blusinha linda que seu namorado te deu no dia anterior e que você amou.

Ah, é bom ter um calmante em casa, já que vai demorar a pegar no sono.
Vou tentar agora. Boa noite!

domingo, 17 de agosto de 2008

Take it to the limite one more time

Tem coisa melhor do que sentir-se no limite? Depende. Como em tudo na vida há limites e limites. Mas acho que até as piores tempestades tem sua beleza pelo simples fato de que um belo amanhecer virá nos contar que ela passou. Pluft! Como num passe de mágica.

A vida é assim. Um dia... um dia simplesmente não. Em um daqueles dias em que você parece só estar ali para ver que você está acabada, ouvi de uma amiga algo que me fez desejar, de certa forma, ir ao limite da dor e do sofrimento só por saber que ia passar. Foi exatamente isso que ela me disse: "O que você está sentindo eu não posso sentir por você. Sei que dói muito e é muito difícil, mas não posso fazer nada. Só você pode sentir. Mas posso te garantir uma coisa, vai passar!".

Como eu tinha vivenciado com ela cenas parecidas, compreendi que ela tinha razão. E mesmo que tanto meu coração quanto meu corpo me diziam que era o fim, por alguns instantes senti minha alma leve e confiante. E pronta para seguir o take it to the limite one more time.

Como costumo dizer ao relatar aqueles momentos, dos quais não preciso entrar em detalhes aqui, fui sim ao fundo do poço. Ainda mais fundo do que parecia estar naquele dia. Mas numa manhã que nem me lembro qual foi o dia amanheceu novamente pra mim. Senti outra vez o calor do sol e ouvi o cantar dos pássaros. Senti o cheiro das flores e percebi que era primavera. E que agora, tudo que eu queria era ir ao limite novamente. Mas seria tudo diferente já que eu estava do outro lado.

OBS. O título desta mensagem é citado no livro "Comer, rezar, amar" e tem muito a ver com a longa conversa que tive ontem, em um daqueles reencontros com uma amiga que não via desde 2003, talvez 2004. Aqueles reencontros que fazem você reviver momentos e situações só para compartilhar com alguém especial. E que nos fazem compreender como ter amigos vale a pena e "mesmo que o tempo e a distância digam não, qualquer dia amigo a gente vai se encontrar". Que bom!

sábado, 16 de agosto de 2008

Amar, para comer e rezar em paz

Hoje, ao voltar para casa depois de um extenso dia de trabalho, prometi que não abriria o MacBook na cama como tenho feito na maioria das noites. Até porque as sextas-feiras costumam ser diferentes... mas foi irresistível e estou aqui. Um prazer quase tão incontrolável e tentador quanto as orgias gastronômicas de minha mais nova amiga de confidências, Liz para os íntimos, ou Elizabeth Gilbert para quem ao menos ouviu falar em Comer, rezar, amar, "o livro".

Ele me foi indicado por uma amiga que encontrei dia desses em um restaurante, por acaso. Ela acaba de ser mãe e está mais linda do que nunca. Rapidamente falamos de nossas novas fases de vida, de amor, dos 30 anos pelos quais estou cada dia mais apaixonada... de estar, mais do que ser, feliz. O que para Liz só resume o nome de seu precioso filho: Comer, rezar, amar.

Não corri à livraria ou acessei site algum para comprá-lo. Mas o encontro foi inevitável, durante um trabalho dentro de uma livraria. Olhei para ele e me apaixonei. E ainda não consegui parar de ler.

Diante de meu entusiasmo ouço questões como: "É bom mesmo?" ou "Não é muito auto-ajuda?" e até um: "Só se for auto-ajuda, tenho lido muito". Alguns amigos que me flagraram em romance explícito com o texto bom de Liz questionaram se meu namorado sabia dessa minha nova "relação". Acho que vêem em Comer, rezar, amar uma ameaça. "Não é o livro daquela mulher que se separou?", perguntou um deles. Devem ficar imaginando sei lá o que... Mas, quer saber? O que isso importa a não ser o fato de que estou amando e lendo e a medida que mais leio amo mais todas as coisas e tudo em mim?

Liz, apaixonada pelo italiano (entenda aqui tanto o idioma quanto a espécie masculina oriunda da Itália), cita Dante Alighieri com sua descrição sobre Deus: "l'amor che move il sole e l'altre stelle...". Frase que reproduzi no MSN e me levou a uma longínqua reflexão sobre o amor e Deus com meu irmão. Falamos de amores que vão e vem, de amores que são, de amor que é e fim... Mas que não deu fim nem conclusão à nossa discussão. E mesmo em discordância o melhor foi ao final a troca de eu te amos tão certos quanto estou de que agora escrevo em meu blog.

Em outros trechos do livro Liz escreve e me reconheço nela. Em um diálogo franco com sua mãe, ela diz coisas como: "Eu realmente preciso de um nível constante de proximidade da pessoa que amo". Eu, tanto quanto a mãe de Liz, também. "Lembre-se... sou de um tempo e de um lugar diferentes do seu", responde-lhe a mãe a certa altura, fazendo me lembrar do conselho de minha mãe certa vez... "Filha, eu seria sua melhor amiga por ser a pessoa que mais te ama nesse mundo. Mas também sou sua mãe. E tem coisas que eu sei que são difíceis de dizer para uma mãe. Então, eu peço que você escolha bem as amigas com as quais vai compartilhar sua vida." E assim minha mãe me fez entender quão importantes são as pessoas que escolhemos para nos ajudar a escrever a história de nossas vidas.

Bem, meu maior desejo agora é voltar ao livro e, quem sabe em breve, voltar a falar sobre ele e até sobre mim com a mesma sinceridade e desprendimento com que Liz escreve sobre suas mais grotescas feridas... Talvez um dia eu consiga dizer "os 11 quilos mais felizes da minha vida", como ela diz de boca cheia, literalmente. Por enquanto contento-me por estar controlando minha vontade de voltar à geladeira e saborear só mais meia lata de leite condensado delicadamente despejado sobre os vermelhos e frescos morangos que lá estão. Até quando, não sei!
Hoje ainda posso comer, rezar e até amar, mesmo que à distância, já que um amor assim vai muito além da geografia.

domingo, 27 de julho de 2008

Online full time

Quem já visitou a sala de imprensa de um grande evento como o Cannes Lions, maior festival de publicidade do mundo que acontece na França, sabe o que é encontrar jornalistas em uma verdadeira guerra contra o maior concorrente dos concorrentes, o inatingível e incansável tempo. Cito o Cannes Lions que é minha maior referência em cobertura jornalística - o 4º Congresso Brasileiro de Publicidade também foi trabalhoso -, talvez por nunca ter ido a uma Copa do Mundo, por exemplo. Quem já foi diz que é algo i-ni-ma-gi-ná-vel... Eu imagino.

O fato é que nesses ambientes o que se vê é um exército de profissionais enlouquecidos, com raras exceções, para mostrar ao mundo em primeira mão as informações ou imagens colhidas, algumas vezes em particular, na maioria das outras coletivamente. É como se do outro lado existisse um ser desesperado, roendo o restante das unhas e remexendo o já desarrumado cabelo, batendo insistente e ansiosamente o pé num compasso de agonia, ávido por aquele conteúdo: o senhor internauta. Impossível saber se ele está ali mesmo, aguardando, ou vai voltar mais tarde, numa boa, sem pressa alguma. Nem mesmo é possível saber se ele vai voltar. Mas partimos sempre do princípio de que ele já está ali e impaciente.

"A vida sem internet era bem mais fácil e menos corrida, hein!", observou um diretor de marketing brasileiro ao ver o fotógrafo encostado na parede de um dos corredores do Palais, apoiando o MacBook nos joelhos semi-flexionados para enviar fotos à sua redação no Brasil, aproveitando aqueles 3 minutinhos que sobrariam para um respiro entre uma seção de clicks e outra.

Agora, por exemplo, estou em frente à TV ligada na transmissão do Brasileirão para acompanhar o jogo do Santos contra o Vasco - que por enquanto, para alimentar minha esperança de deixar a lanterna do campeonato, está 4x1. No colo, sobre uma almofada, o MacBook no qual revisito este tão abandonado blog ao mesmo tempo em que leio as últimas notícias dos jornais online, tento aperfeiçoar meus conhecimentos sobre programas de edição de vídeos e acompanho a audiência do www.propmarkTV.com.br, pelo qual sou responsável. E como uma orgulhosa Balzaquiana, nem sou dessa geração que já nasce digital. Mas me sinto cada vez mais inserida nesse mundo internético.

Há uma necessidade de estar online full time. É natural. E mesmo assim a sensação é sempre de que há algo por fazer, de que estou em atraso com as atualizações. Sem dúvidas aquele diretor de marketing tinha razão: minha vida sem internet também era bem mais fácil e menos corrida. Mesmo assim, que nunca falte o sinal ou que não se repitam panes como a recente ocorrida nos sistemas da Telefônica, deixando todos os usuários de Speedy sem conexão.

E viva a comunicação em tempo real! E viva o senhor internauta que está ai para ler o que estou a escrever aqui, se é que você existe!!! Espero que sim.

Aproveito para postar aqui um vídeo produzido pelo Santos Futebol Clube para comemorar o prêmio Marketing Best 2007. Afinal, estamos precisando de muitos motivos mais do que um Santos 4x2 Vasco para festejar.
Ops! 5x2. Ainda bem que dei uma última olhada no site de esportes antes de postar esse texto. Até a próxima!

OBS. Em tempo, tenho que dizer que não estava torcendo CONTRA o Vasco, só a favor do Santos ;)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Direto de Cannes



Já estou na França. A foto foi tirada no aeroporto de Orly, em Paris. Por falar em Paris, como essa cidade tem magia. Já estive lá em situações bem diferentes. E ontem, passando pelas ruas no trajeto entre os aeroportos Charles de Gaule e Orly, entendi um pouco do que Paris exerce em mim. É uma cidade que abriga a cada um com seus sentimentos, suas emoções. A cidade luz de prédios e construções em tons pastéis - há uma lei municipal que determina as cores permitidas para as fachadas - é a cidade colorida, quando a alma tem cores. Paris me encanta e me deixo encantar por Paris. Mesmo com o trânsito que me fez lembrar São Paulo, Paris, Je t'aime!

Mas essa é uma passada rápida por aqui só pra dizer que já estou em Cannes. Convido você para dar um giro comigo por esta bela e glamourosa cidade da Riviera Francesa, clicando aqui.

Ou então, pode visitar a seção Direto do Palais.

Diariamente, até 22 de junho, não deixe de acessar ao www.propmarktv.com.br/cannes2008
Te espero.

sábado, 7 de junho de 2008

Agora é propmarkTV

Desculpas por esses dias de ausência desavisada. Estava comemorando o nascimento de um filho. Quer dizer, comemorando depois de parir. Um filho que tem mãe, pai, tios, avós, e que apresento agora pra vocês: o propmarkTV.



Esta é a edição especial para a cobertura do Cannes Lions 2008. Se vocês quiserem ir comigo para a Riviera Francesa e saber o que e como as coisas acontecem no maior festival de publicidade - e marketing - do mundo, é só acessar www.propmarktv.com.br/cannes2008 . Espero vocês! Eu e a equipe do propmark e da Editora Referência.

Vou tentar dar aquela passadinha aqui de vez em quando, mas até meu retorno ao Brasil, dia 2 de julho, vai ser difícil. Melhor vocês me visitarem por lá...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Para que nem tudo seja descartável

O copo feito de um plástico cor de laranja se destacava na bagunça da minha mesa. Mesmo assim demorou até que atraísse minha atenção. "De quem é?", perguntei quando o notei. "Seu", responderam em coro. Não dei muita bola já que àquela altura um outro fato qualquer - uma manchete nos jornais online, as respostas de uma aguardada entrevista ou um telefonema -, me desviou do assunto e me levou novamente para a demanda de trabalho intenso. Só bem mais tarde me dei conta da resposta. "Esse copo não é meu", continuei quando na sala o assunto já era esquecido. "É sim. A firma que comprou um pra cada um e vai parar de usar copos descartáveis", respondeu a faxineira que entrava abruptamente na sala para limpar os cestos de lixo. A resposta me deixou aliviada. Não por solucionar o mistério do copo laranja. O fato é que há meses, talvez anos, tenho tentado controlar o impulso de jogar o copo descartável no lixo depois de tomar água, o que faço várias vezes ao dia. "De novo" é o que penso todas as vezes quando vejo mais um copo empilhado sobre os outros, no lixo.

Consciência é diferente de cultura, de hábitos, mas é um caminho. Neste caso foram raras as vezes em que ela me fez mudar de atitude. Preciso confessar que já tinha em minha mesa uma caneca para o café e um copo de vidro para a água. Mas era inconsciente. Afinal, o copinho descartável tinha uma missão para estar ali, na minha frente, ao lado da cafeteira e do filtro de água.

Agora, na ausência dos descartáveis vou ter que me adaptar ao copo laranja que já passou a fazer parte do cenário montado em minha mesa. É uma nova realidade. Uma pequena mudança de hábito que vai proteger o planeta de uns 5 copinhos por dia, 25 por semana, 100 por mês, 1,2 mil por ano... só meus.
É preciso mudar já que nosso planeta não é descartável. Pelo menos não deveria ser!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Onde tem fumaça...

... se não for incêndio ou fogo é área de fumantes. E se você não é um deles e não quer ser tragado por uma nuvem de baforadas impiedosamente repletas de nicotina, fuja.

Desculpem os apaixonados pelo cigarro e os defensores desse vício. Mas democraticamente me sinto no direito de escrever como uma não-fumante em defesa do planeta e dos pulmões alheios. Peças da campanha criada pela Master para o Ministério da Saúde.
Sábado foi o "Dia Mundial sem Tabaco". Data que serve para levantar a questão, mas está longe de nos garantir um dia, ao pé da letra, 100% sem fumo. Duvido que algum fumante tenha se privado da prazerosa nicotina, a menos que esteja no processo de "quero parar". Muitos deles, cansados de serem pintados como a ovelha negra do convívio social, se uniram em comunidades virtuais pela defesa do direito ao ato de fumar. O coro do "Eu fumo sim, e estou vivendo. Tem gente que não fuma e está morrendo" ganhou voz e se espalha pela internet. Bom para as discussões, que ganham novos argumentos. Bom para que se entenda melhor o que move a mente de quem fuma, sem culpa. Ou que tenta não tê-la, defendendo-se em massa.

Nem quero questionar aqui o investimento individual nos maços de cigarro que enriquece a indústria tabagista. Acredito que dinheiro conquistado é de direito de quem o ganhou. E que seja feita com ele a vontade de seu dono.

Aliás, já fumei. Por 2 meses, no primeiro ano de faculdade, o que vai surpreender até os que conviveram comigo nesta época. Talvez 1 maço e meio nesse período todo, sendo que a maioria dos cigarros eu traguei duas ou três vezes e joguei fora. A sensação e o gosto eram horríveis. Me sentia mal, tossia muito e tinha o estômago embrulhado, para minha sorte. Auto-afirmação? Talvez. Mas que nada tinha a ver com a imagem que eu queria passar. Nunca achei atraente uma mulher fumante, com respeito as que são. Me escondia no banheiro da faculdade para tragar, sem ao menos gostar. Vai entender?! Acho que foi justamente por sentir o poder de poder comprar com meu próprio dinheiro o que bem entendesse. Minha sorte foi que entre o cigarro e eu havia incompatibilidade de gênios. E terminamos nossa relação sem que o caso ficasse mais sério. Eu terminei com ele, que ainda estaria comigo, sem dúvidas. O que normalmente acontece neste tipo de relacionamento.

É o público adolescente, como eu era nessa época, que as campanhas anti-fumo estão focando. O famoso "cortar o mal pela raiz", seguindo o tema "Juventude livre do tabaco" que inspirou a comunicação global e multimídia criada pela NovaS/B para a Organização Mundial da Saúde (à esq.).
Em 2007 o tema do Dia Mundial sem Tabaco foi "Ambiente Livre de Cigarro é Direito de Todos". Clique aqui e assista ao filme criado no ano passado pela 11/21 do Rio de Janeiro para a Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), com produção da Armazém de Filmes e áudio do Studio Nova Onda. Um bom futuro pra você.

domingo, 1 de junho de 2008

Sex and the city


A esta altura os primeiros convidados já chegavam ao espaço onde seriam realizadas a cerimônia e a festa. Mas estávamos ali. Curtindo um momento único. Era o brinde e o retrato daquelas poucas horas que serão inesquecíveis, como todas as outras que passamos juntas. Personagens de uma série não exibida na TV. Mas tão parecida quanto a que virou filme e reúne milhares de mulheres nas salas de cinema onde já é exibido. "Sex and the city" transformou em ponto turístico os locais frequentados pelas quatro amigas em Nova York. O drink Cosmopolitan tornou-se desejado. Nem tanto - ou nem sempre - pelo sabor, mas pelo poder, pelo glamour, pela aspiração de se sentir um pouco Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda.

Assim éramos nós naquele dia da foto. Não aspirantes, mas mulheres que celebravam o mesmo e único momento com alegria e intensidade, mesmo que para cada uma de nós, Pati, Carol, Andrea e eu, houvesse um significado diferente. Juntas compartilhávamos a intimidade e a individualidade. Éramos cúmplices. Pati ia se casar.

Todos os detalhes que precederam a foto, como a madrugada que passamos produzindo de próprio punho um presente para os noivos ou o divertido encontro no salão de beleza para nos prepararmos para o grande momento, e também os que vieram depois, como o trajeto até o local do casamento e o buquê que cai nas mãos de uma de nós, tudo pareceu se desenhar como um roteiro de uma série que bem poderia ser "Sex and the city". Mas como não somos personagens de ficção, não precisam ser contados aqui. Ficarão guardados pra sempre em nossas memórias e em nossos corações.

Em tempo: o texto "O príncipe encantado quase nunca chega", postado em 03 de agosto de 2007, é sobre meu reencontro com este grupo de amigas. Eu indico ;)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A vírgula pra lá, a vírgula pra cá...

Das vias rápidas e fáceis da internet não escapam as idéias. Boas ou ruins, chegam aos nossos e-mails sem pedir licença e com comentários pessoais de quem, na maioria das vezes, não conhecemos e nem vamos conhecer.

Algumas dessas mensagens são devidamente deletadas, como diz um amigo meu. Outras, que por algum motivo chamam nossa atenção, ganham nosso precioso tempo e as vezes nos transformam em via de retransmissão.

A publicidade, quando boa, é beneficiada por este comportamento viral que, por outro lado, pode destruir a imagem de uma marca e até de uma pessoa. Mas tenho recebido alguns virais que só reforçam a genialidade da campanha "A vírgula", criada pela agência Africa para celebrar os 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Como recebi essas mensagens em minha caixa de e-mails e elas próprias reproduzem o texto do comercial, me sinto no direito de reproduzí-las aqui também. Ah, do jeitinho que recebi. Sem tirar uma vírgula.

"Caros amigos,
A campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) serve para nos lembrar que como é importante escrever direito para comunicar bem.
Vai aqui um alerta para os aqueles que têm que transcrever palestras e ditados: quando transcrevemos algo que alguém disse, não podemos escrever as coisas corridas, sem a pontuação correta. Temos que ter um especial cuidado para não truncar, ou até mudar completamente, com uma pontuação mal feita, TODO o sentido do que foi dito.
Afinal, uma vírgula, muda tudo.
Bj,
Celia

Uma vírgula muda tudo

A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.
Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.
Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.
E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo."

"MALÍCIAS DE NOSSA LÍNGUA. VEJA A CAMPANHA DOS 100 ANOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA (ABI).
BEIJOS
A VÍRGULA
vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação."

OBS.: Se quiser assistir ao comercial, clique aqui que ele foi postado no texto A vírgula de segunda-feira, 26 de maio de 2008.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ela poderia ter sido Cleuza, mas preferiu apenas interpretá-la

Ainda não assisti ao filme “Linha de Passe”*, dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas. Se o tivesse, poderia até expor uma opinião sobre a performance da atriz Sandra Corveloni. Opinião pessoal, antes de tudo, embalada pelo que aprendi no Teatro Escola Macunaíma, onde me formei. Mas que em nada mudaria os fatos. Nem tampouco tiraria os méritos da brasileira que conquistou a Palma de Ouro como Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes deste ano.

Ela é brasileira e paulistana. Ela desfila uma beleza real. Ela estava em casa, brincando com o filho, quando foi declarada a melhor atriz de 2008, no glamouroso Palais des Festivals de Cannes, na França, por interpretar Cleuza, a mãe solteira de cinco filhos – um deles ainda na barriga - que luta diariamente pela sobrevivência e contra a exclusão social. Ela se destacou entre estrelas como Angelina Jolie, que concorria pela atuação em “Clint Eastwood”, e Julianne Moore, atriz de "Ensaio Sobre a Cegueira", do diretor brasileiro Fernando Meirelles.

Sandra Corveloni é a mulher da vez. Toda a mídia se joga aos pés da nova musa morena. A menina que viveu na periferia e poderia ter tido destino semelhante ao de Cleuza, sua personagem. Ou pior. Mas se deu conta de que a vida não permite ensaios. Viver é estar em cena e Sandra decidiu que o roteiro da sua história caminharia para um final feliz. Não esperou que a própria sorte mudasse seu rumo. Caminhou. Transpirou. E que venham as palmas, os ouros e os louros. Que não falte coragem, determinação e muito trabalho, já que as cortinas ainda não se cerraram.

A foto é de Tiago Queiroz e foi publicada no www.estadao.com.br.

*“Linha de passe” concorreu também como Melhor Filme no Festival de Cinema de Cannes de 2008, mas o título ficou com “Entre Les Murs” (Entre as Paredes), do diretor Laurent Cantet.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Como água para chocolate (na lei da oferta e da procura)

Chocolate é mesmo um doce tentador. A cor atrai, o cheiro atrai, as formas e embalagens atraem, sem falar nas possibilidades... Claro que estamos nos referindo ao bom chocolate. No entanto, custo a acreditar que uma apetitosa barra de chocolate possa ser comparada por uma mulher, sem interferências como o dia do mês ou a situação de suas relações afetivas, à uma romântica e ardente noite de sexo. Ou de amor. Mas foi. E o chocolate se deu bem na preferência feminina mundial.

Uma pesquisa* acaba de revelar que 69,1% entre 3,5 mil mulheres de 13 países, com idades entre 18 e 35 anos, prefere chocolate à sexo, que ficou em sétimo lugar na lista. Separando o chocolate do sexo estão questões como compras, a vice-líder com 67,9% - depois há quem reclame da fama de amante dos cartões de crédito -; um bom jantar, com 59,1% dos votos; um buquê de flores, com 56,2%, e um banho de espumas, com 55%. Machismos a parte e eliminando as compras - cujo prazer proporcionado, acredito, é ítem de série na maioria dos seres humanos - os ítens seguintes tem um quê qualquer de segundas intenções. É, ou não é?

A pesquisa ainda revela que, entre as entrevistadas, as brasileiras são as mais fanáticas pelo chocolate (83,6% delas colocaram o doce no topo da lista de suas preferências). Entretanto, o chocolate é visto como o responsável por deixar as mulheres predispostas à diversão, como um poderoso afrodisíaco natural e responsável por proporcionar prazer comparável ao sexo. Huummm, Freud explica. Como é mesmo aquele ditado... quem não tem cão, caça com gato?!? Além do mais, chocolate se encontra aos montes nas prateleiras, satisfaz o prazer da compra, pode ser a sobremesa de um delicioso jantar e ainda vem com aquele gostinho de quem superou a culpa dos quilinhos a mais...

Quer saber, chocolate e sexo combinam perfeitamente e a ordem dos fatores não altera, necessariamente, o produto. Se puder ter agregado um terceiro ingrediente, mais escasso na sua forma verdadeira e por isso mais gostoso e saudável, o amor, ai não tem comparação. Vá fundo e seja feliz!!!


*A pesquisa foi realizada pelo instituto Datosclaros para a marca Axe, da Unilever, com mulheres da Argentina, Brasil, México, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Itália, Inglaterra, Holanda, Austrália, Filipinas e Índia.

Curiosidades:
-as indianas consideram as jóias como o ítem mais irresistível;
-nas Filipinas, o sexo é o item menos irresistível e tem apenas 16,5% da preferência feminina.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A vírgula

Estive pensando nessa minha relação complicada com a tal da vírgula. Os pensamentos socráticos me caíram como uma luva para explicar meus desentendimentos com ela, por assim dizer. Acho até que já fui melhor nisso, mas me lembro que em meu primeiro curso de locução o professor disse que a vírgula servia para podermos respirar nas falas. Provavelmente eu já tinha ouvido isso antes, mas naquele momento eu interiorizei e, seguindo o pensamento socrático - ou quase isso -, foi quando eu realmente aprendi algo sobre a vírgula.

Mais tarde, não muito, um colega de trabalho me disse: "vou te dar uma dica de ouro para quem trabalha em rádio. Esqueça as regras. Quando for escrever um texto para locução, pense na vírgula como um ponto para respirar". Pronto. Me convenci. Provavelmente, neste e em todos os meus outros textos haverá vírgulas empregadas indevidamente. O pior é que agora há uma bagunça em minha cabeça. Sei que, por princípio, este não é um texto para locução. Mas quais são as regras mesmo?

O fato é que "uma vírgula muda tudo", como diz um dos mais inteligentes roteiros publicitários que eu vi nos últimos tempos, criado na agência Africa para os 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa. Assista e tire suas próprias conclusões.

Criação: Fabio Seidl, Bruno Brasil e Luiz Gonzaga Saraiva
Direção de criação: Nizan Guanaes e Sérgio Gordilho.
Produção: Visorama Diversões Eletrônicas
Finalização e pós-produção: Link Digital
Produção de som: Sonido Produções Musicais
Locução: Matheus Nachtergaele.

domingo, 25 de maio de 2008

Parada do Orgulho GLBT

"Onde você está?", foi o que ouvi ao atender o celular. "Em algum lugar muito quietinho", continuou minha interlocutora, do outro lado da linha pela qual eu ouvia muitos sons e ruídos. "Estou em casa, lendo e escrevendo", respondi. Ela era uma na multidão da avenida Consolação que aguardava a passagem do desfile da Parada GLBT. Mas sua voz estava radiante e seu timbre dizia que ali havia alegria.

Até pensei em me encontrar com ela e sua animada turma. Mas me lembrei de outro telefonema que recebi ontem, de um amigo gay, e desanimei. "Estou até com medo por que tem tanta obra na Paulista que se acontecer uma confusão vai ter gente enrolada naquelas redes de proteção que não vão se soltar nunca mais", foi o que ele disse, partindo depois, obviamente, para seu humor sacana. Mas pensando bem, isso não é problema. Afinal, se a situação apertar, a Ministra do Turismo que está em um dos carros alegóricos é capaz de levar o público ao delírio com seu famoso mantra: "Relaxa e goza!".

Aliás, em seu discurso na abertura do evento - que estou acompanhando pela internet -, Marta Suplicy declarou que a Parada do Orgulho GLBT atraiu 327 mil turistas para a cidade de São Paulo, sendo 5% estrangeiros*. Muito bom. Mas melhor ainda será se o tema discutido este ano, "Homofobia mata! Por um Estado laico de fato", contribuir para diminuir os índices de criminalidade contra esse público. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transexuais (ABLGT), Toni Reis, nos últimos 20 anos mais de 2,8 mil homossexuais foram mortos no Brasil*. Assustador.

No entanto, essa gente alegre que hoje colore as avenidas Paulista e Consolação é apenas uma parcela que chama a atenção para o preconceito latente de nossa sociedade que ainda não aprendeu a conviver com a diversidade.

Como escrevi ontem, não dá para querer que os outros ajam como nós, sigam nossas regras. Não existe receita para a felicidade. É importante, sim, estar atento para o direito do outro e para o fato de que sua liberdade termina onde começa a do próximo. Mas as pessoas são diferentes sim e ai está a mágica da humanidade. Cada ser é único e merece ser respeitado como tal. E que assim seja!

*fonte: www.estadao.com.br

sábado, 24 de maio de 2008

O agir correto

Ando um tanto quanto arredia em relação a essas pessoas que tem sempre uma lição de moral ou uma justificativa para te influenciar a agir de uma maneira ou de outra. O certo e o errado são tão relativos e ao mesmo tempo tão óbvios! Posso até parecer intolerante demais, mas, cá entre nós, normalmente são pessoas para as quais eu olho e não vejo a menor graça em seu jeito de ser e viver. Não quer dizer que elas estejam erradas, ou eu. Só somos, digamos, incompatíveis. Temos pontos de vista distintos. Que bom.

Bom também meu reencontro iniciado neste final de semana com o pensamento de Sócrates, entre os de outros filósofos, em "O Mundo de Sofia". Sim, finalmente espero ler por completo o livro que comecei algumas vezes, na década de 90, e nunca cheguei, se quer, a metade. O que importa mesmo é que estou me divertindo com Sofia, Alberto Knox e seu mensageiro Hermes.

Sempre acreditei que as respostas estão dentro da gente. Que só aprendemos o que interiorizamos. E que a capacidade de distinguir o que é certo e errado está na razão, não na sociedade. Assim como nos pensamentos atribuídos a Sócrates e abordados no livro. Segundo esses pensamentos, faz o que é certo quem sabe o que é certo por acreditar que assim será feliz.
É velho, clichê, mas as respostas estão mesmo dentro do nosso coração. Mas isso é "coisa que eu sei, eu adivinho sem ninguém ter me contado". Por isso mesmo faço dessa uma verdade minha. Mesmo não tendo sido eu quem descobriu primeiro, assim como não sou a autora do que está entre aspas, que é trecho de uma música. Propícia, aliás:

"Eu quero ficar perto de tudo que acho certo até o dia em que eu mudar de opinião.
A minha experiência, meu pacto com a ciência, meu conhecimento é minha distração.
Coisas que eu sei, eu adivinho sem ninguém ter me contado.
Coisas que eu sei, o meu rádio-relógio mostra o tempo errado. Aperte o play.
Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado, ninguém sabe mexer na minha confusão.
É o meu ponto de vista, não aceito turistas, meu mundo tá fechado pra visitação.
Coisas que eu sei, o medo mora perto das idéias loucas..."

Melhor eu voltar ao Mundo de Sofia.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

São Paulo tem mar no feriado

Não se iluda. Aviso logo que é mar de gente.
Para os que como eu não viram a tal "semana útil" terminar na quarta-feira, a sexta de trabalho ao menos prometia ser mais calma. Que nada. Meu primeiro compromisso, para o qual reservei uns 20 minutinhos, durou 1h30 e me custou R$ 8 de estacionamento. Meus 20 minutinhos custariam R$ 1. "Desculpa, moça, mas passou de 1h e é o sistema que marca o tempo. Se eu cobrar menos tenho que pôr do meu bolso e...", tentou amenizar o manobrista-caixa, quando eu o interrompi: "Eu sei. Fiquei uma eternidade lá dentro, eu sei".

A eternidade sentada no banco da sala de espera de um banco. Para minha sorte, entre os que pensaram como eu que hoje seria um bom dia para buscar moeda estrangeira no câmbio, um conhecido meu. Ufa! Batendo papo o tempo passa mais rápido. Pior que não tem jeito, papo de paulista tem que ter coisas assim: "Peguei a 23 de maio congestionada!". Mas é verdade, ora essa. Falar de quê depois de passar preciosos minutos, ou horas, ou sabe-se lá o quê, no trânsito? A gente precisa desabafar...

No trabalho, muito trabalho. E cá entre nós esses feriadinhos de quinta quando se tem trabalho só servem pra deixar a sexta arrastaaaaaada. Não rende 100%, vai? Confessa! E tem sempre quem não tem o que fazer e quer papear com você.

Já em casa resolvi ligar a TV, coisa que não tenho feito com frequência. Olha o mar de gente de novo. Desta vez, na caixinha mágica que me distancia dos fatos ruins tanto quanto me aproxima das coisas boas. 25 de março: lotada. Detran: lotado. Shoppings: lotados. Filas para assistir aos dois shows do cantor de rock japonês, Miyavi: lotadas. Desliguei a TV e já botei em questão minha ida ao bairro da Liberdade este final de semana, quando acontece o Bunka Matsuri, ou festa da cultura japonesa. Em meio a toda a multidão que há de passar por ali, não haverá se quer liberdade para andar, aposto.

Também, eu poderia evitar ver tanta gente assim se ouvisse meu colega de trabalho que tenta me convencer de que foi besteira operar a minha miopia*. "Nesse mundo, quanto menos a gente vê, menos a gente sofre", é o que ele diz. Até que é engraçado.

*Mas não foi besteira não. Fiz a cirurgia dia 13 de maio e estou bem feliz com o resultado. Nunca me adaptei com lentes de contato. Até tentei, mas não rolou. Óculos, concordo que faziam um charme. Mas eu bem sei o que é ir ao cinema e não enxergar ao filme porque o óculos ficou em casa. Ou não encontrar o endereço porque estava sem o tal auxiliar da visão. Pior que isso é passar por alguns conhecidos e não cumprimentá-los, afinal, você não viu, literalmente, que são conhecidos. Alguns te chamam e você tem a chance de se explicar. O problema são os que deixam estar. Esses vão espalhar que você passou por eles e os ignorou... e essas informações voam e tomam proporções descabidas.

Mas calma lá. Ainda estou sofrendo da "visão flutuante". Um fenômeno que acontece em quem opera, por um período não longo, mas indeterminado. Você está enxergando normalmente e, de repente, tudo fica embaçado. Situaçãozinha embaraçosa, viu!
Mesmo assim, aos que desejam se livrar dos óculos eu digo sim, façam a cirurgia. Também tive medo, relutei, mas é bem simples e vale muito a pena. Claro, antes converse com um oftalmologista de confiança e faça todos os exames. Como em tudo na vida, existem casos e casos.

Aliás, vou parando por aqui que meus olhos já estão pedindo. Tenho a tal da "síndrome do olho seco" e a culpa é minha: tenho preguiça de piscar, pode? Juro que quando me lembro, eu pisco. Mas normalmente me esqueço e quando pisco é só até a metade do olho. Que coisa feia, não?! Economizar piscar de olhos... Não. Isso já é demais. Mas é, fazer o que?!
Em dias secos como hoje, piora muito. Aí, lágrima artificial nos olhinhos que eles agradecem (mas, como que por vingança, permanecem um tempo embaçados).

Por que será que teimo em manter os olhos tanto tempo abertos... vigiantes... Sabe-se lá!!! Vai ver que pra ver o que nem todos vêem na multidão que forma o mar de São Paulo... mar de gente! Será?

Ah, sem falar que vem ai a Parada do Orgulho Gay, no domingão. Me lembro de um ano em que desci o elevador de um prédio no qual morei, na Consolação, com uma senhora e um casal gay. Incrédula, a vovó sentenciou: "não é possível, com tanta bicha assim não deve ter mais homem nesse mundo." Mas ela merece perdão. Devia estar sob o efeito alucinógeno da vista de sua sacada que tinha como paisagem a avenida da Consolação, mais colorida do que nunca. Uma avenida inundada por gente alegre e saltitante que vem ai de novo. E que agora poderei ver sem a barreira da miopia ou das lentes de contato.

domingo, 30 de março de 2008

Pode dizer que não escrevi...

... é vero. Faz tempo que não passo por aqui.
Eu ando com essa mania da humanidade moderna que dedica a maior parte do tempo aos desprazeres que lhe são impostos e deixa o que de fato alegra a alma para o depois que pode nunca chegar. Mania besta!
E se a vida for uma só? Não tiver volta? Dizem que não tem.
Então a vida é essa que segue. Que tenta me seguir porque ando alargando demais os meus passos. Tanto que sinto-me mesmo é fugindo da vida. Deixando-a para traz.
Nem há do que reclamar e nem reclamo. Gosto desse caminho sem volta. De poder seguir adiante. Mas não sei o quanto é bom estar adiante. Não tenho me permitido olhar pra traz e faz tempo.
A tal felicidade é que deve ter passos largos como os meus, pois tem me acompanhado lado a lado, que fôlego! Tomara que não se canse. Ou não me ultrapasse deixando-me a vê-la cada vez mais distante, sem poder alcança-la.
Pensando bem vou parar um tempinho para perguntar-lhe se o ritmo é bom.

- Senhora felicidade? Ei, senhora felicidade? Ééé, tudo bem, tudo bem. Pára não, senhora felicidade. Bobagem minha, pára não. Vem, vem, continua. Vem. Tá perdendo o ritmo, vem! Era bobagem... está tudo bem. Bem mesmo. Vem!

Nooossa, foi por pouco. Quase ela fica e eu vou. Nem sabia que eu estava tão condicionada a continuar, mesmo sabendo que não era o melhor a fazer. Se ao menos pudéssemos parar, ela e eu, pra conversar... Melhor não. Melhor continuar como está. Depois a gente vê o que faz, se for o caso.
Mas, depois é quando mesmo, hein?


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Aos amigos que há tempos não falo e nem vejo:
Dizem que a citação abaixo é de Leonardo Da Vinci

"Para se estar junto, não é preciso estar perto. E sim, estar dentro. Dentro do coração!"

Sabe-se lá se o é mesmo de Da Vinci ou se é verdade que isso basta! Sabe-se lá!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Sampa, 454 anos

Ontem foi aniversário de São Paulo, hoje não é mais. O final de semana prolongado segue seu curso. Há quem esteja passeando, descansando, ou mesmo trabalhando, como eu. Mas não vem ao caso.

As comemorações continuam. Poucos, no entanto, tem motivos para tanto. A Cidade Limpa do nosso prefeito Kassab, sem placas, outdoors e afins, tem me permitido enxergar além da propaganda. Vejo moradores de rua e pedintes que continuam nos faróis. Ali, quase imperceptíveis, disputando espaço com a paisagem urbana. Motivo de medo para os engravatados que se apercebem desses humanos tão distintos e primitivos.

De um lado os varais lotados de roupas velhas nas sacadas que ao longe parecem fétidas pela aparência embolorada. De outro as mansões e suas grifes. Partes distintas ligadas por ruas e avenidas sufocadas e intransitáveis com suas máquinas de fazer poluição. "Compre em até 72 vezes", diz o garoto-propaganda na TV, sobre o carro do ano.

A Sampa poética de Caetano parece estar esquecida entre as obras, seus cones e britadeiras espalhados pela cidade. Me lembro saudosa dos sonhos de menina que me transportavam para a minha cidade luz. A capital da avenida Paulista e do Anhangabaú. Da Estação da Luz, do Brás, Bom Retiro... São Paulo dos grandes espetáculos, da São Silvestre, do bom cinema e da boa gastronomia... das variedades e diferenças culturais.

Foi sonhando com o dia em que moraria em São Paulo que encontrei-me crescida, aos 22, e parti. Vim parar em Sampa. E só hoje me dou conta que na verdade foi aqui que cresci. "... e foste um difícil começo, afasto o que eu não conheço e quem vem de outro sonho feliz de cidade..." Aprendi depressa a chamar-te de realidade, Sampa. Mas ainda hoje, oito anos depois, posso dizer com a certeza de quem mora logo ali: "alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João".

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mulher de 30

E pensar que eu achei que devia esperar pra estrear esse blog quando "balzaquiasse"... Ainda bem que mudei de idéia. Trintei e nem passei por aqui. O ano virou e olha só o tempo que levou até que eu retornasse.
Tudo bem. Ah sempre uma porta aberta, quando seguimos adiante sem fechá-la. Piegas, não?
Mas voltando aos meus 30, não posso dizer que nada mudou. Tudo parece ter mudado. Tudo está diferente, porque é assim que tenho me permitido enxergar.
Idades cheias como os 20, os 30.. nos fazem mesmo rever a vida, as rotas, os destinos. Mas o melhor de tudo é a disposição de recomeçar que me foi dada de presente. Não recomeçar do zero. Não acredito nisso. Mas recomeçar a cada dia, a cada momento, a cada insatisfação e até mesmo quando satisfeita, porque não?!?
Um jeito novo de olhar, de aceitar e até de dizer não. Um jeito doce de amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Um apropriar-se do que já foi dito, feito ou cantado, não por mera posse ou distração, mas por convicção. Um sorrir pra valer!
Tenho aprendido coisas lindas e boas a cada amanhecer. Tenho esquecido coisas feias e tristes ao anoitecer.
Quero viver assim, um dia após o outro. Quero amar assim, com calma, sem a pressa de pensar no amanhã!
Boa noite.