quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Cheguei a fim de municar

Se algo lhe soa estranho nesse título, tire suas dúvidas com Fernanda Young. Estive com ela agora. Não tão íntima e nem tão a sós quanto possa ter deixado parecer, mas íntima e só o suficiente para poder rir de mim mesma enquanto ela não se censurava sobre o palco... fui ver a peça A idéia.

Confesso que nos três primeiros minutos me senti "o cara que inventou a pipoca"... ai ai ai. Desculpa, Fernanda? Difícil me conter mas prometo que vou tentar reservar seu direito de não ter seu texto contado em blogs... e que texto. Bem bom!!! Digno dela, of course!

Continuando a confissão, no início achei que ela não fosse segurar a onda. Em alguns momentos quase vi a parafernália de um estúdio de gravação e a tela da televisão que separa claramente os artistas de TV dos que nasceram para o teatro. Algumas intervenções com a platéia eram vagas, mas ela foi se ajustando. Ta bem que ninguém telefonou pro 6969... ai, desculpa de novo?!?

Mas gente, a mulher tem o dom. Passados os 3 minutos não é que a pipoca estoura mesmo?! Ops!!! De novo. É, mas que estoura, estoura. O milho pequenino, duro e amarelo fica 5 vezes maior, fofinho, branquiiiiinho e crocante. E Fernanda Young dá um show.

É a ausência do medo de parecer ridícula que a torna bela e envolvente no palco. Ela ri de si mesma me fazendo rir de mim. E, cá entre nós, a altura e tonalidade das risadas eram como dedos apontados pra nós mesmos com a seguinte legenda: "tá vendo como você é ridículo as vezes? Mas a vida é assim. Você é assim. E todos dos quais você quer esconder que é assim, o são também. Talvez pior!!!"

Fernanda Young, meus aplausos. Espere que as críticas virão, aposto. E dai? Eu curti. E muito. Até porque, nada melhor que uma boa idéia para combater uma má idéia e como minha tentativa de escrever uma peça se resume a várias "primeira página", tenho que fazer mais uma confissão: QUE INVEJA!!! Da melhor possível porque ao sair do teatro eu estava livre e de alma lavada pra poder sentir inveja da boa.

Muita merda pra você!

EM TEMPO: Como não agradecer a companhia de uma amiga muito especial, que ainda antecipou meu presente de aniversário com o livro "Os catadores de conchas", de Rosamunde Pilcher. Minha ansiedade por ler tão boas obras sob minha posse só fez aumentar diante da obra que me foi carinhosamente entregue e recomendada... E lá vou eu.

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