quarta-feira, 22 de abril de 2009

Qual cenário você quer para o seu dia?


Por quantas manhãs de nossas vidas não saímos de casa como se vivêssemos mais um daqueles dias nublados, deixando-nos envolver por uma atmosfera cinza, cabisbaixos, sem nos darmos ao menos a chance de buscar por uma frestinha de luz?

Em muitos deles, a realidade é bem diferente. Há um lindo sol brilhando por trás da lente escura de nossos óculos de sol. Mas se tivermos sorte, somada ao histórico de preservarmos pessoas especiais ao nosso redor, é possível que uma delas nos diga: "Tire esse óculos escuro e veja que cenário lindo o universo preparou para o seu dia!".

Talvez então nos daremos conta de que as mesmas lentes que usamos para proteger nossos olhos, podem esconder deles a verdadeira beleza do que há para ser visto.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Segunda-feira de sol...


... véspera de feriado. Foi pensando nisso que percorri o caminho para o trabalho hoje. Parte dele, na verdade. E bem pequena, por sinal. Também pensei em outras coisas, afinal, o que importa é como aproveitamos cada momento.

Recordei, por exemplo, do delicioso almoço que tive ontem com amigas muito especiais - daquelas que você descobre lá pelas tantas da vida, mas é como se sempre estivessem estado ali. E sem as quais seria bem mais complicado e sem graça continuar a caminhada. Com elas eu sempre aprendo. Ou ouço coisas que já sabia, mas fingia que não. Mas ontem aprendi algo que nunca tinha passado pela minha cabeça, mas reforça a velha e conhecida máxima de que "tudo depende do ponto-de-vista". Enquanto decidíamos onde seria nosso almoço, uma das "envolvidas" disse que gostaria que fosse em um lugar gostoso. Ok. Isso eu também queria e sugeri o Pitanga, na Vila Madalena - bairro de São Paulo onde há deliciosos restaurantes e bares a serem descobertos. Mas chegando lá descobri que ao solicitar um lugar "gostoso", ela queria um lugar que tivesse poltronas confortáveis, com braços de apoio, estofadas e, se possível, reclináveis. Justificativa: "se a cadeira é gostosa a gente fica mais tempo. Se não, vamos embora logo". Resultado: ficamos das 13h as 17h na cadeira ruinzinha de madeira, sem apoio para os braços e que ser for parente de uma poltrona, é bem distante.

Ainda no caminho até o trabalho, sob o sol convidativo da segundona, véspera de feriado, lembrei do sorriso e do abraço aconchegante com que meu namorado me recebeu, mesmo eu tendo voltado de um almoço de domingo sem ele. E o coração novamente disparou, dando-me mais uma vez a certeza de que ele é a pessoa mais especial deste mundo. E de que sim, é o companheiro que eu quero para toda a vida.

Lembrei também que meu time do coração, o Santos, não era favorito no Campeonato Paulista. E que o time que ele tirou da final, o Palmeiras, foi o que fez a melhor campanha. Lembrei também que um dia após ter visto meu Santos perder do mesmo Palmeiras embaixo de chuva, em jogo do mesmo campeonato, ouvi de um palmeirense bastante experiente que o Santos ainda daria muito trabalho no Paulistão. Confesso que não acreditei, mas me lembrei disso já na vitória do Santos, na Vila Belmiro, contra o Palmeiras. Assim como me recordei de um dos valores que aprendi no berço: respeite os mais velhos e esteja atenta à voz da experiência.


crédito: Foto reproduzida do Globoesporte.com


Já na redação onde trabalho, me deparei com duas mensagens no e-mail que tinham tudo a ver com meus pensamentos. Abaixo, as reproduzo exatamente como as recebi. Apesar de longas, fui até o fim. Valeu a pena.

Antes, deixo o link do comercial PEIXE, de O Boticário para o Dia das Mães. Além de lindinho e inocentemente poético, foi batizado de PEIXE!!! Bons presságios!




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DANUZA LEÃO
Momentos

São coisas bobas e boas que nos acontecem e que não notamos; se notássemos, poderíamos ser mais felizes

OUTRO DIA, depois do almoço, estava eu em casa, deitada num sofá, sem fazer nada. Liguei a TV bem baixinho, só por vício, e meus gatos, que não me largam um minuto, vieram e se instalaram pertinho de mim: Jujuba com a cabeça deitada na minha perna, Haroldo na barriga dela, os dois dormindo.

Era um momento de tal paz, que pensei: "ah, que momento bom estou vivendo". E pensei que durante os dias, todos os dias, se vive momentos bons, só que não nos damos conta porque não prestamos atenção.

Às vezes eu saio da ginástica e passo pela barraca da feira onde costumo comprar frutas, mas estou sem dinheiro, e o feirante, depois de dizer que eu posso pagar depois, insiste: "leva três mangas, estão doces como mel". Corta uma fatia com uma faca bem amoladinha e me dá para provar. Não é maravilhoso? E quando eu digo que só vou levar uma, porque moro sozinha, e ele diz "mora sozinha porque quer", não dá vontade de dar uma boa risada? E não é para achar que a vida é boa?

Quando chego de viagem cansada, entro em casa e está tudo em ordem: a cama arrumada, os lençóis limpos, a geladeira com as coisas que gosto; aí tomo um bom chuveiro e me jogo na cama, sem um telefonema para dar, tem alguma coisa melhor?

Acordar, abrir a janela e ver que está um dia lindo, de sol e céu azul é uma alegria; mas quando o tempo está cinza e chovendo também pode ser muito bom; bom para ficar em casa, botar uma meia de lã, um suéter velho e ficar bem quietinha, lendo um livro. Não é também glorioso? Todos esses momentos são especiais, mas é preciso prestar atenção; são muitos por dia, nenhum deles têm grande importância, são apenas momentos, e a maior parte das vezes a gente nem percebe; mas não é deles que a vida é feita?

Aprendi, não sei como, a captar muitos desses momentos; é sempre inesquecível, a chegada a uma cidade que não conheço e onde não conheço ninguém, onde tudo é novo, e se eu nem sei falar a língua, melhor ainda. É o desconhecido, que pode amedrontar ou ser fascinante -e por que não escolher o fascínio?

E tem aquela hora em que, na sexta-feira, você terminou todos os trabalhos, fecha o computador com a sensação do dever cumprido, e aí também não tem nada melhor. E quando você vai à praia cedinho, se deita na areia e sente aquele sol ainda morno no seu corpo, e pouco a pouco ele vai esquentando? Aí você entra no mar, dá um belo mergulho, e volta com um pouquinho de frio e apanha mais um pouquinho de sol, tem melhor? E o chuveiro que você toma quando chega em casa e sai do banheiro enrolada numa toalha, cheirosa do sabonete e do shampoo, tem alguma coisa tão boa? Não há um dia em que eu saia para caminhar na Lagoa que não pense em como a paisagem é linda, como é bom estar em boa saúde e poder andar bem depressa, que quando chegar em casa vou tomar um banho de banheira para relaxar e não tenho nenhum compromisso para a noite, isso não é felicidade pura?

São tantas coisas bobas e boas que nos acontecem e que não notamos, e que se notássemos poderíamos ser bem mais felizes. Mas uma coisa me deixa curiosa: todas as lembranças que tenho desses bons momentos, momentos inesquecíveis em que não aconteceu nada de extraordinário, eu estava só. Claro que houve outros, de amor, amizade ou paixão que foram maravilhosos, mas dos que eu me lembre mesmo, eu estava só. O que será que isso quer dizer?


Que não precisamos dos outros para sermos felizes? Que dependendo de como somos podemos ter momentos de grande felicidade que não dependem de ninguém, como costumamos pensar? Desconfio que sim, e só sei que a vida, acredite, é muito simples e muito boa.

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Maturar - Marcelo Rubens Paiva
Estadão - Caderno 2

Quando você envelhece, descobre que os amigos ranzinzas ficam mais
ciumentos, prática sem cura, e você pára de implicar com eles e se
diverte. Como pára de implicar com o blefador, que continua o mesmo,
com o pão-duro, que só piora, com o teimoso, que insiste mais em suas
opiniões, mesmo se estiverem furadas. Descobre que o engraçado tem
novas e mais sofisticadas tiradas, e que a risada dele continua
estremecendo o baralho. Descobre que a ressaca do uísque é melhor do
que a da pinga, que prosecco e champanhe são só para brindar, que o
vinho tinto argentino melhora a cada safra. Descobre que a comida deve
vir com pouco sal e a salada, com muito azeite. Descobre que tomate e
maçã fazem bem e embutidos, mal. Que queijos magros são mais
aconselháveis do qu e aquele brie ou emental. Descobre que em
inauguração de restaurante não se come, e que em lançamento de livro o
vinho branco é alemão.

Descobre que aquela mulher por quem você foi apaixonado continua
apaixonante, e o deixa sem graça toda a vez que olhares se cruzam. E
mesmo que ela tenha se casado com seu inimigo, com quem teve quatro
filhos, continua irresistível, e você fica sem graça ao lado dela como
se ainda tivesse 16 anos, e ela sabe disso, e você não sabe por que
enrolou tantas décadas nem por que você não a seqüestrou logo quando
se conheceram na escola.

Quando você envelhece, descobre que todas as suas ex merecem carinho,
um presente, um almoço, ou até um simples conselho, um telefonema
eventual, um e-mail, talvez, perguntando se está tudo bem, se precisa
de ajuda. E descobre que o fim da história mal resolvida não tem
explicação. E se ela perguntar um dia se você entendeu as decisões
dela, você devolve: "De ter me largado? Não, e você entendeu?" Sabe o
que ela dirá? "Também não."

Descobre que os filhos quando crescem não têm nada a ver com os pais
nem se encaixam nas projeções, comparações ou expectativas criadas na
infância. Descobre que, mesmo filiado a uma geração que quebrou tabus
e diminuiu o gap entre pais e filhos, os segundos nunca entenderão os
primeiros, haverá um conflito que parece ser a força motriz das
relações: o novo nega o antigo, o dominante perde espaço, o gene é
aprimorado.

Você descobre que a moda da sua adolescência volta. Com outros
pingentes e significados. A roupa não vem com a simbologia
contestatória ou alienante, nem com a mesma trilha musical ou
discussões existenciais. A bata que você usou no passado vira moda
novamente, mas não se cantam as mesmas músicas, nem se debatem os
mesmos dilemas. A roupa volta sem conteúdo ideológico.

Descobre que as modas seguem um princípio dialético que se repete. O
beat veio pra contestar o acomodado anterior. E sempre vem algo pra
conservar. O hippie veio pra contestar, a disco veio pra acomodar, o
punk veio pra contestar, o yuppie veio pra acomodar, o dark, pra
contestar, o new wave, pra acomodar, o grunge, pra contestar, o
clubber, pra acomodar, o britpop, contestar, o emo, acomodar.

Mas, de repente, ao envelhecer, você descobre que tais conceitos são
relativos, como tudo, que o cara da discoteca queria dançar, como o
cara da onda new wave e clubber, que há contestação no ato de pular e
dançar com roupas coloridas em momentos obscuros, e há acomodação no
paz e amor do hippie, que produziu o pseudo-acomodado punk niilista e
autodestrutivo.

Quando você envelhece, lê cada vez menos matérias que falam de saúde
ou mil agres da medicina. Porque você sabe que já afirmaram que café
faz mal, e já afirmaram depois que faz bem, o mesmo com o sal, o mesmo
com o vinho, já aconselharam comer uma castanha-do-pará por dia e já
desaconselharam, o mesmo com a pílula de alho, complexos vitamínicos,
aspirina, Ginkgo biloba, até açaí. Depois de ser banida de todas as
listas de dietas aconselháveis, agora dizem que carne vermelha faz
bem. Que vitamina C não cura gripe, todos sabem, mas todos continuam
tomando e apostando nela.

Se você está nos entas, já deve ter parado de fumar, trocou a Coca
pela água com gás, e sabe que está na hora de aprender para que servem
alguns botões do DVD ou comandos do celular, e sabe que está na hora
de começar a ler manuais de aparelhos que estão cada vez mais
sofisticados. Ler com óculos de leitura, óbvio.

Você sabe que envelheceu quando confunde giga com mega, ainda diz< br />liquidação, em vez de sale, não sabe se o trema foi abolido, usa ASA e
não pixel, descobre que as letras das bulas ou dos rótulos são em
outra língua e ilegíveis, e que ler cardápio à luz de velas é
desesperador.

Lamenta que o Brasil de fato não tem jeito, não cresce, é resistente a
mudanças, é conservador, evita discutir temas como aborto, eutanásia,
descriminalização da maconha, união homossexual, tem dificuldades em
se enquadrar no time de países progressistas, e que a desigualdade só
aumenta, a corrupção, idem, as favelas, idem, sabe que antes da Copa
do Mundo tem aquela barulheira ufanista, e que se o Brasil perde vão
procurar um culpado e terá até CPI, sabe que brasileiro não sabe
perder no futebol, que continuarão a invadir gramados, e nunca ninguém
será preso, que muitos camelôs venderão contrabando ou falsificados,
que na apuração do carnaval vai rolar brig a e protestos, na novela
alguém será assassinado, outro descobrirá que não é filho de quem
pensa que é, que um teminha polêmico, tipo casal do mesmo sexo se
beijando, será debatido por colunistas e reprovado por religiosos.

A vantagem de envelhecer? Retirar da vida expectativas que só a tornam
mais complicada e descobrir que no fundo ela é também engraçada.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O sono dos que descem a serra

Uma linda noite como poucas outras. A lua refletida no mar a iluminar toda a extensão da pequena praia como um grande, porém discreto, holofote. O cenário era perfeito. A temperatura da água a tocar os pés, ideal. E ele estava ao meu lado, como sempre tem estado. Presença que harmoniza em mim o amor e a paz.

Caminhávamos sem olhar para a pegadas que deixávamos na areia o curto tempo entre uma onda e outra. Sorríamos em silêncio, como se disséssemos todas as coisas que tínhamos no coração. Nos olhávamos e a luz da lua parecia refletir nos olhos mais que o mar, nossas almas.

Dormimos o sono dos que descem a serra em busca de tranquilidade, depois da batalha paulistana. E esquecemos que teríamos que fazer o caminho de volta, como tinha que ser.



Do alto, nem tão alto assim, o barzinho escondido pelas folhagens. Sentados ali, sem ter que contar o tempo, ouvíamos o bater das ondas nas pedras e saboreávamos o bebemorar da vida, naquele paraíso quase perdido.

O peixinho fresco, a cervejinha gelada, o namorinho bom a beira mar... depois deitar na areia e observar os pássaros, os nascidos de penas e os feitos de lonas para carregar aqueles que querem se sentir pássaros. Esperar o sol se pôr. Deixar a chuva cair e sentir a brisa...

E ele estava ao meu lado, como sempre tem estado. Presença que harmoniza em mim o amor e a paz.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Bastidores de uma premiação


Entre os trabalhos que eu faço, um é o de mestre de cerimônias em premiações ou eventos. Ontem, dia 31 de março de 2009, fui a apresentadora do 22º Prêmio Veículos de Comunicação, realizado pela revista Propaganda. Você pode assistir à cobertura completa no www.propmarktv.com.br .

O evento aconteceu no Citibank Hall - antigo Palace, como realmente é conhecido. E reuniu as principais lideranças dos veículos nacionais de comunicação e mídias brasileiros. Como contei com o apoio do camera man Fernando Bogo, contratado da Take5, para a cobertura do evento, resolvi mostrar os bastidores da minha transformação para a apresentação do evento.

Claro que nem sempre conto com os cuidados da profissionalíssima Paulette Pink
para quem eu tiraria meu chapéu quantas vezes fosse preciso. Atenciosa, delicada e competentíssima, ela tem o dom de transformar as pessoas fisicamente, com sua maquiagem, seus penteados e seus truques visuais - esses não vou revelar, desculpem... rs - tanto quanto de elevar o astral e a estima de quem está prestes a subir em um palco na frente de uma platéia seletíssima e exigente.


Clique aqui
e divirta-se com este making of.