domingo, 30 de setembro de 2007

Santos na Vila Belmiro... é goooooolll!!!


Meus finais de semana têm sido especiais. Mas este, em especial, foi muito especial. Nossa, que jeito ridículo de começar um texto. Mas é para dar a dimensão da especialidade deste final de semana especial (risos).
O Santos é parte da herança que meu pai me deu quando eu ainda era pequenininha. É uma paixão que ele plantou em mim. E que ainda hoje rega como uma plantinha que precisa de cuidados. Mesmo sem entender muito de futebol, adoro ligar para meu pai em dia de jogo do Santos. Foi o que fiz hoje, mas era diferente. Eu estava na Vila Belmiro pela primeira vez.
O Santos ganhou de 1 x 0 do Vasco. E juro, isso é só mais um detalhe. Até porque foi uma vitória um tanto quanto fácil - calma vascaínos, fácil porque com a expulsão de Baiano o Santos ganhou a simpatia do trio de arbitragem. Aliás, por falar em arbitragem, que capotada foi aquela do juíz? Alguém sabe explicar? Aposto que nem ele. Pior que bem em cima de mim houve um acidente parecido... Ufa! Entre mortos e feridos salvaram-se todos.
Só não sei se salvaram as baleias que podem estar até agora encalhadas no vestiário do estádio. As mascotes do time e suas super fantasias fofuchas. Adorei as coreografias e as tentativas de correr em campo totalmente desengonçadas... Fico imaginando o treinamento intensivo de ator que aqueles dois seres humanos que estavam lá dentro tiveram para a difícil missão de colocar as baleias santistas pra dançar em campo. E eles nem tiveram a sorte do Pinóquio, do Gepeto e do grilo de serem engolidos por uma enooorme baleia. As da Vila não comportariam um barquinho de madeira não. Mas me divertiram muito.
"O símbolo do Santos não é peixe? Baleia é um mamífero..." Tive que ouvir e ficar quieta. (E preciso confessar que nunca tinha pensado nisso...) Bom, mas voltando ao jogo, quem fez o único gol do Santos mesmo? "Duvidoso", dizem os mal-intencionados. Mas como o que vale é o placar final, o gol da vitória foi de Rodrigo Souto. Ex-atleta vascaíno. Poxa, valeu pela herança Vascão...
Ah, preciso registrar também o tanto de vezes que o carrinho de "primeiros socorros" entrou em campo. Registrar meeeesmo não dá porque a certa altura perdi as contas. Mas com certeza esteve bem mais atuante do que muitos jogadores.
Bom, o mais importante mesmo é que eu entrei tão feliz quanto sai da Vila. Porque a vida é muito mais do que uma partida de futebol.
Adorei! ;)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A criança que há em mim

As vezes é mais simples do que parece. É mesmo. Veja, acho que estou começando a entender.
Durante um tempo, como que por descuido, me deixei adormecer. Bem aqui dentro, escondida entre coisas que nem sei o que. Entre os certos e errados da vida; os pode, não pode; os gosto, não gosto (mas deveria gostar)... e assim fui ficando ali, cada vez mais quietinha, encolhida, reprimida.
Aquela menina que usava rabo-de-cavalo pro cabelo não atrapalhar as brincadeiras, que adorava sorrir, cantar e sonhar, certo dia ouviu que precisava crescer. E, sabe-se lá porque, achou que para isso a menina precisava dar lugar a alguém que nem mesmo sabia quem ser. Mas as máscaras não duram para sempre. E a menina despertou. Acho que é isso. A menina se cansou de ficar dormindo e acordou. E hoje, enquanto ouvia músicas da minha infância, entendi porque ando assim. E porque coisas tão boas tem acontecido comigo.
Enquanto eu me preocupava em agradar, não era capaz. Agora que não me preocupo mais, sinto-me como um imã. Até velhos amigos reapareceram na minha vida. Será muito saudosismo? Que nada. Tudo isso é muito bom!
É Super fantástico não sentir saudades de si mesmo; poder rever velhos e bons amigos. É super-fantástico sentar e jogar conversa fora, recordar de quando a gente chorava e sorria por nada. Quando as bola-queimadas na rua eram só pretexto pra troca de olhares e os encontros na esquina para o beijo-roubado; quando esperávamos dias e dias pela carta da amiga que vinha cheia de fofocas e logo tinha resposta; de quando os estudos em grupo não passavam da primeira meia hora seguida de muitas aventuras; dos riscos corridos e não medidos mas bem vividos; dos cursos de pintura só pra depois sairmos por ai, pelas ruas, brincando de qualquer coisa; as trocas de bilhetes sobre os professores; as gincanas; imitar VAMP (eu juro, fiz isso e faria de novo)... e saber que basta um bichinho de pelúcia e uma boa noite de sono para refazer as energias e recomeçar um dia ainda melhor.
E como super fantasticamente as músicas são asas da imaginação, resolvi postar aqui Ursinho Pimpão (que estou ouvindo agora).

"Vem meu ursinho querido, meu companheirinho, Ursinho Pimpão.
Vamos sonhar aventuras, voar nas alturas, da imaginação.
Como na história em quadrinhos, eu sou a sininho, você Peter Pan.
Vamos fazer nossa festa, brincar na floresta, Ursinho Tarzan.
Enquanto o sono não vem, eu sou chapeuzinho, você meu galã.

Dança também, Pimpão
Pelo salão, Pimpão
É tão bonita, nossa canção.
Manhã já vem, Pimpão
Dorme Pimpão
Urso folgado, não tem lição.

Vem meu ursinho querido, ator preferido da minha estação.
Vou te sonhar colorido, pegando bandido na televisão.
Vamos deixar o cansaço dormir num abraço meu velho amigão.
Não fique triste e zangado se eu viro de lado e te jogo no chão.
Ah! meu ursinho palhaço, seu circo é um pedaço do meu coração.

Dança também, Pimpão
Pelo salão, Pimpão
É tão bonita, nossa canção.
Manhã já vem, Pimpão
Dorme Pimpão
Urso folgado, não tem lição."

Que bom saber que o cansaço pode dormir num abraço, meu blog amigão.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mulher solteira procura

Janeiro. Sexta-feira. Marginal com trânsito lento. Os relógios do canteiro marcam 19 horas 57 minutos e 28 graus. Ana volta do trabalho para casa depois de uma semana de trabalho intenso. Diretora executiva, ela tem cargo e salário invejados por muitas mulheres que como ela estão na casa dos 30 e poucos anos. Garantia do bom apartamento e do carro que entre tantos apetrechos, tem no retrovisor multifunção seu preferido.
Tudo o que ela quer é chegar em casa, tomar um banho e relaxar em frente a TV revendo pela milésima vez algo como "O Diário de Bridget Jones" - filme que ela jura ser inspirado única e exclusivamente em partes de sua vida. Mas, de repente, eis que surge ao lado o príncipe encantado, montado em sua super máquina, cabelo ainda molhado, barba propositalmente por fazer e aquele sorriso irresistível. A troca de olhares é invevitável. Bendito é o trânsito já as 20 e tantas horas daquela sexta quente... e como! Não há maior sintonia do que entre os retrovisores, testemunhas das caras e bocas.
O calor aumenta, como era de se esperar. Não é mais preciso ver quanto marcam os relógios...
A boca saliva mais que o normal. Os cabelos são meticulosamente jogados de um lado para o outro, impulsionado por dedos e mãos tensos. O suor escorre pelo corpo... pernas entreabertas desapercebidamente... olhares de desejo são trocados...
Logo adiante uma placa sinalizadora traz a seta para a estratégica saída à direita, em uma ruelinha que não diz aonde vai dar. Cenário perfeito.
Ela freia mais adiante. Ele, logo atrás. A sombra de Don Juan se aproxima lentamente, acelerando ainda mais o coração de Ana que, disfarçadamente, ainda encontra tempo de retocar o batom e dar uma leve borrifada do perfume que é jogado rapidamente na bolsa semi-aberta. A sombra vai ganhando forma, cheiro... Ele se debruça na janela do carro.
Um charme... aquele sorriso... o olhar sedutor... as mãos das quais ela tanto deseja sentir o toque... Mas as mãos... uma delas está dentro do carro e passa por Ana... a outra segura algo que faz suar e tremer ainda mais. Ana agora suspira ofegante. O rapaz, com seu estonteante sorriso, parece embebedar-se com o aroma que sai do frasco de perfume, dentro da bolsa que agora vasculha.
Ainda confusa, ela só se dá conta do que acontece quando o príncipe solta um encantador: "Isto é um assalto, meu docinho!" e afasta-se com a arma ainda em punho, o dinheiro, o celular, o relógio e tudo mais que Ana até lhe daria, sem problemas, em troca de uma ardente noite de prazer.

Justificativa:
Sei que ando um tanto quanto afastada de você, meu blog. Coisas da vida. Dentro de mim há coisas lindas e boas acontecendo, mas não para serem escritas aqui.
Sinto sua falta, claro. As vezes me pego relendo e relembrando de quão boa é nossa relação. E ontem a noite, vasculhando detalhes da minha própria vida guardados entre caixas e pastas, encontrei este texto escrito em 02/03/04 como um dos exercícios do curso de teatro. E resolvi postá-lo aqui.
Eu volto, pode esperar.