domingo, 13 de maio de 2012

Mãe

Mãe é a figura mais importante na história de um ser humano. As primeiras referências e o primeiro amor. A garantia eterna de se ter pra onde voltar, mesmo que em pensamentos e saudades. Mãe é o alimento da alma, é a proteção, é o aconchego, é a melhor distração. É a plateia e ao mesmo tempo os bastidores no show de nossas vidas. Não é por abrigar um filho 9 meses no ventre que uma mãe se torna mãe, mas é por abrigar o filho no coração durante toda a vida. Não é por alimentá-lo do leite que sai de seu próprio peito que a mulher recebe esse nome, mas por preenchê-lo eternamente com carinho, por educá-lo, por alimentá-lo com os valores para uma vida. Há mães que geram, mães que nascem com seus próprios filhos, que renascem. Mães que apenas são, pq criam e amam. Há mães que jamais deixarão de ser. E é a essas mães que fazem a diferença na vida dos seres humanos e na história do mundo que hoje dedico o meu feliz dia das mães. Em especial as mães que me cercam e me ensinam a cada dia que maternidade é doação, é intensidade, é amor incondicional mesmo nas dificuldades. Em especial à minha mãe, tão responsável por mim e tão essencial para o meu mundo.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Na estrada, uma sombra

Há na estrada uma sombra, eu sei que há.
Não vejo, mas posso sentir seu frescor.
O cheiro da terra molhada na margem do riacho,
e a sombra.

Eu sinto a leveza da sombra
apesar do sol que me queima a pele e me ferve a mente.
Apesar da sede que me sufoca, eu sinto a sombra.
Há um barulhinho bom da água que desce límpida pelo riacho.
Não posso ouvir nem ver.
O sol é quente e forte e cega os olhos.
Mas sei que há.
Há na estrada uma sombra, na margem de um rio.
E eu vou chegar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O monstro que mora embaixo da cama

Pesadelo de criança? Antes fosse. A maioria dos adultos também cultiva seu monstrinho ali, bem alimentado, no abismo que existe debaixo da cama. Aquele cantinho escuro e cheio de poeira que dificilmente será vasculhado por alguém.
Você não? Então tá. Faça as contas rapidamente de quantas vezes nos últimos dias você, depois de uma situação de stress e tensão, se perguntou: Sofri tanto pra isso? Dá até pra imaginar a carinha da criança descobrindo que embaixo da cama só tem poeira e, quem sabe, um pé de chinelo perdido ou aquele brinquedo do qual nem se lembrava mais. Carinha de decepção ao descobrir que o moooooonstrooooo na verdade não mora ali. Ele nem existe... como a sua carinha. Quer dizer, a nossa quando percebemos que o sofrimento foi por antecedência e só. Como muitos são.
Costumamos dar maior dimensão ao que pode se tornar um problema, talvez nem seja. O monstro que nem existe vai ficando grande, ganhando formas, cores e cheiros. Emite sons. E isso é normal. Faz parte de uma natureza que há em nós.
Feliz aquele que se distancia disso. Consegue sofrer menos ou, quem sabe, sofrer mesmo apenas pelo que realmente deve.
Mas sabe o que é pior? Que mesmo depois de ver que no escurinho debaixo da cama só vivia o pó, o chinelo e o brinquedo perdidos, mesmo assim, ao cair da noite o monstro vai voltar. E a gente vai continuar dizendo: "você não acredita, mas ele existe sim e vive lá. Um dia você vai ver só."
Será que vai mesmo?

domingo, 18 de março de 2012

Pensamentos sobre a amizade

Talvez eu nunca tenha pensado na amizade com tamanha profundidade como na semana passada. Por sentir como senti, acho que aprendi que de fato um amigo de verdade será parte de você pelo resto de sua vida, esteja ele presente no seu dia a dia, ou não.

Foi intensa a alegria que me invadiu ao receber talvez a melhor notícia da vida de uma amiga, na segunda-feira. Ao ler suas doces palavras com a novidade eu pude ver seu sorriso e sentir seu coração vibrar há centenas de quilômetros de distância. Então, eu também sorri e vibrei... e chorei feliz e saudosa dos abraços que marcariam momentos assim.

Outra amiga, porém, eu vi chorar bem na minha frente. Estávamos no meio da semana. Eu quis tirar aquela dor que ela sentia, mas eu não tinha o que fazer. Então eu ouvi. Também falei e outra vez ouvi. Só tinha isso que eu pudesse fazer. E deixar claro que eu continuaria ali, disponível e verdadeira para quaisquer que fossem suas decisões.

E então, ao final da sexta-feira, a mais difícil das notícias. A que me fez chorar com medo de perder uma das pessoas mais especiais da minha vida. Daquelas que saberiam contar da minha infância fatos que talvez nem eu mesma me lembre. E com quem, mesmo sem tanta frequência, ainda divido angústias e compartilho alegrias.

Por ela me liguei à outra de nós três. Sim, em certa época de nossas vidas éramos três na mesma intensidade, na mesma sintonia. E por isso sabíamos exatamente o que uma e outra estava sentindo neste momento. Choramos, tentamos entender o que estava acontecendo e então rezamos... E desde então estamos compartilhando cada nova notícia que, graças à Deus, têm deixado nossos corações mais calmos, mais seguros e aumentado a certeza do nosso reencontro em paz, sorrindo outra vez, nós três.

Uma avalanche de sentimentos motivados por um único e verdadeiro: a amizade. Cada uma delas surgiu em minha vida em um momento, em uma fase, por um motivo. Mas todas ficaram. Todas passaram a fazer parte de mim como uma tatuagem que ficará ali, gravada pra sempre. Foi como se de uma segunda a uma sexta-feira eu assistisse minha vida em um curta-metragem. Em busca de respostas. E percebesse como o tempo tem passado, sempre aqui, presente, e como eu tenho reagido a ele ou, muitas vezes, não. Eu aqui, sem reação.

Pensei nos telefonemas que não dei. Nas saudades que deixei passar. Nos convites que não fiz. Nas cartas que não mandei. Nas novidades que não contei e nas dores que não compartilhei. O motivo? Não sei. Só sei que de alguma forma entendi que um amigo precisa saber se você está bem, se você perdeu alguém, se ainda há passagem pra ele no mesmo trem... o trem da vida. Da sua vida.

Um amigo precisa de um espaço na sua agenda, ele conquistou isso. Precisa ouvir sua voz, recordar como é seu olhar, seu sorriso, saber se você mudou a cor dos cabelos, se realizou seus sonhos... aqueles que vocês compartilhavam, lembra? Precisa te falar dele, das derrotas e conquistas. Precisa te ouvir de novo. Afinal, por mais que você caminhe, por mais que ganhe asas e voe, há sempre a necessidade do retorno ao ninho, ao lugar seguro, à essência, ao ser que somos pq assim nos tornamos. E lá estão seus amigos. Aqueles poucos, mas verdadeiros. Aqueles que você sabe quais são. Aqueles que você gostaria que continuassem pra sempre no trem, o trem da vida.

EM TEMPO: Este post eu escrevi como uma reflexão. Mas também para que meus amigos saibam que em algum momento eu me dei conta disso. E que mesmo que novamente eu me perca na arte de não ter tempo, me entendam. E continuem me convidando para os encontros que até sabem que não vou. Me telefonem só pra saber se está tudo bem e pra me dizer que ainda estamos no mesmo trem.


Escolhi esta foto para representar os amigos que gostaria de postar aqui pois acredito que com os irmãos exercitamos os primeiros sentimentos de amizade.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Feliz Dia Internacional da Mulher

Era 8 de março de 1857 e 129 tecelãs foram trancadas e queimadas em uma fábrica de tecidos de Nova York por reivindicarem melhores condições de trabalho, de vida. Há quem diga que eram 130, provavelmente arredondando o total. Prefiro usar 129. Soa mais realista e uma vida poupada faz, sim, toda a diferença.

Graças a essas mortes, hoje passaremos o dia recebendo cumprimentos, flores, abraços e beijos... lendo mensagens de carinho, de amor, de respeito. Recebendo sorrisos e mimos. Confesso que fico meio sem graça diante de alguns deles, mas entendo e tento retribuir.
Não que eu não goste. Aliás, nós mulheres gostamos disso todos os dias, em todas as horas e lugares. Melhor ainda se aparentemente não houver um motivo comum e social. Que seja apenas um sinal de "estou pensando em você".

Certamente aquelas 129 mulheres sonharam com um dia seguinte diferente. Talvez até em receber flores, mimos, mensagens e manifestações de carinho após comunicarem em suas casas que a partir daquele dia teriam melhores salários, nova carga horária e mais respeito. Um final feliz. Provavelmente não teriam entrado para a história. Mas teriam a chance de continuar as próprias histórias. Simples assim.

55 anos se passaram. E as comemorações de hoje me lembraram a notícia que lí ontem. Ontem mesmo, dia 7 de março, no Estadão: "Diferença entre salário de mulheres e homens diminui". Você pode ler na íntegra clicando aqui .
Mas quero chamar a atenção para a declaração da analista de mercado de trabalho do Dieese Ana Maria Belavenuto, que diz que apesar de o crescimento "bom e significativo" do rendimento médio das mulheres, equiparar as remunerações entre os gêneros ainda é o grande desafio. "As mulheres já estão indo para um mercado de trabalho mais estruturado, com carteira assinada e ocupações mais bem remuneradas", afirma. "Elas, porém, ainda têm muito a percorrer."

Pois é. 129 morreram e entraram para a história. Outras mais, talvez sozinhas em algum canto do mundo e sobre as quais nunca ouviremos falar. Tantas ainda que vivem mortas dentro de seus corpos vivos... sem sonhos, sem respeito, sem flores e nem amores.

Pois a luta continua.
Lute, nem que seja para ver um sorriso de esperança nos lábios das mulheres que convivem com você, que passam por você nas ruas. Lute por um sorriso seu, inspirador, confiante. Lute, não pra que seja fácil, mas por seu direito de viver em igualdade, sentindo e curtindo suas dores e seus amores, da forma como você acredita que tem que ser.

Feliz Dia Internacional da Mulher.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Better togheter (Jack Johnson)

Mais uma da seção "Músicas que eu gosto".




There's no combination of words I could put on the back of a postcard
No song that I could sing but I can try for your heart
Our dreams and they are made out of real things
Like a shoebox of photographs with sepia-toned loving
Love is the answer at least for most of the questions in my heart
Why are we here? And where do we go? And how come it's so hard?
It's not always easy and sometimes life can be deceiving
I'll tell you one thing, it's always better when we're together

Hum it's always better when we're together
Yeah we'll look at the stars when we're together
Well it's always better when we're together
Yeah it's always better when we're together

And all of these moments just might find their way into my dreams tonight
But I know that they'll be gone when the morning light sings
Or brings new things for tomorrow night you see
That they'll be gone too, too many things I have to do
But if all of these dreams might find their way into my day to day scene
I'd be under the impression I was somewhere in between
With only two, just me and you, not so many things we got to do
Or places we got to be we'll sit beneath the mango tree now

Yeah it's always better when we're together
Hum we're somewhere in between together
Well it's always better when we're together
Yeah it's always better when we're together

I believe in memories they look so, so pretty when I sleep
And now when, when I wake up you look so pretty sleeping next to me
But there is not enough time
And there is no song I could sing
And there is no combination of words I could say
But I will still tell you one thing
We're better together

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sutilmente (Skank)

E quando eu estiver triste
simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
suavemente se encaixe

...

E quando eu estiver bobo
sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
suplico que não me mate, não
dentro de ti, dentro de ti

Mesmo que o mundo acabe, enfim
dentro de tudo que cabe em ti

...