quarta-feira, 21 de março de 2012

O monstro que mora embaixo da cama

Pesadelo de criança? Antes fosse. A maioria dos adultos também cultiva seu monstrinho ali, bem alimentado, no abismo que existe debaixo da cama. Aquele cantinho escuro e cheio de poeira que dificilmente será vasculhado por alguém.
Você não? Então tá. Faça as contas rapidamente de quantas vezes nos últimos dias você, depois de uma situação de stress e tensão, se perguntou: Sofri tanto pra isso? Dá até pra imaginar a carinha da criança descobrindo que embaixo da cama só tem poeira e, quem sabe, um pé de chinelo perdido ou aquele brinquedo do qual nem se lembrava mais. Carinha de decepção ao descobrir que o moooooonstrooooo na verdade não mora ali. Ele nem existe... como a sua carinha. Quer dizer, a nossa quando percebemos que o sofrimento foi por antecedência e só. Como muitos são.
Costumamos dar maior dimensão ao que pode se tornar um problema, talvez nem seja. O monstro que nem existe vai ficando grande, ganhando formas, cores e cheiros. Emite sons. E isso é normal. Faz parte de uma natureza que há em nós.
Feliz aquele que se distancia disso. Consegue sofrer menos ou, quem sabe, sofrer mesmo apenas pelo que realmente deve.
Mas sabe o que é pior? Que mesmo depois de ver que no escurinho debaixo da cama só vivia o pó, o chinelo e o brinquedo perdidos, mesmo assim, ao cair da noite o monstro vai voltar. E a gente vai continuar dizendo: "você não acredita, mas ele existe sim e vive lá. Um dia você vai ver só."
Será que vai mesmo?

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