sexta-feira, 17 de abril de 2009

O sono dos que descem a serra

Uma linda noite como poucas outras. A lua refletida no mar a iluminar toda a extensão da pequena praia como um grande, porém discreto, holofote. O cenário era perfeito. A temperatura da água a tocar os pés, ideal. E ele estava ao meu lado, como sempre tem estado. Presença que harmoniza em mim o amor e a paz.

Caminhávamos sem olhar para a pegadas que deixávamos na areia o curto tempo entre uma onda e outra. Sorríamos em silêncio, como se disséssemos todas as coisas que tínhamos no coração. Nos olhávamos e a luz da lua parecia refletir nos olhos mais que o mar, nossas almas.

Dormimos o sono dos que descem a serra em busca de tranquilidade, depois da batalha paulistana. E esquecemos que teríamos que fazer o caminho de volta, como tinha que ser.



Do alto, nem tão alto assim, o barzinho escondido pelas folhagens. Sentados ali, sem ter que contar o tempo, ouvíamos o bater das ondas nas pedras e saboreávamos o bebemorar da vida, naquele paraíso quase perdido.

O peixinho fresco, a cervejinha gelada, o namorinho bom a beira mar... depois deitar na areia e observar os pássaros, os nascidos de penas e os feitos de lonas para carregar aqueles que querem se sentir pássaros. Esperar o sol se pôr. Deixar a chuva cair e sentir a brisa...

E ele estava ao meu lado, como sempre tem estado. Presença que harmoniza em mim o amor e a paz.

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