quarta-feira, 24 de setembro de 2008

E-c@usos

Não me lembro tanto da palavra "causo" no vocabulário usual da minha família. Mesmo assim, por algum capricho dessa maravilha que é a mente humana, ela me remete a infância. Talvez por ser muito vinculada a histórias caipiras... E aqui é preciso confessar aos que nunca me viram escorregar na sonoridade do "R" de uma poRta ou poRteira - provavelmente por pouca convivência - que passei minha feliz infância no interioR, com "R" carregado sim senhoR.

O fato é que sim, o título dessa postagem me chamou muito a atenção e ainda causa um simpático estranhamento do "a" substituido pelo "@". E não, não foi criado por mim. É o nome do livro organizado pelo Indio Brasileiro Guerra Neto (que inclusive entrevistei e você pode assistir clicando aqui e aqui).

Você que acompanha meu blog sabe da minha batalha por mais tempo para ler as aventuras de Liz Gilbert em Comer, rezar, amar e todas as outras que encontro em tantos outros livros. Mas E-c@usos chegou nas minhas mãos como uma sugestão de pauta que, traduzindo melhor, significa pura e claramente trabalho. E se tornou mais um dos livros que tenho desejado e levado para a cama. São causos contados pelos brasileiros pioneiros nas descobertas da internet. E contados de maneira despretenciosa e, ao que parece, com a máxima sinceridade.

Enquanto esses desbravadores tentavam entender esse mundo novo que se abria cheio de possibilidades, eu também me sentia desbravadora dessa cidade de São Paulo onde era recém-chegada e já apaixonada por suas inúmeras possibilidades. E acho que isso também tem me encantado, esse comparativo do mundo corporativo deles com meu mundo pessoal que se misturariam em breve. O fato de estar agora trabalhando diretamente na web e em um meio um tanto quanto novo que é a webTV, como editora do www.propmarktv.com.br, também me aproxima dessas histórias que, por serem reais, tornam-se fantásticas.

Peço licença agora ao apresentador, roteirista e diretor de TV Marcelo Tas - e a todos os envolvidos na produção desta obra - para reproduzir aqui um trecho de seu e-c@uso "O primeiro internauta brasileiro e o bebê viciado em Google". Aposto que ele despertará uma certa curiosidade sobre o livro e imagino que causará espanto se não igual, ao menos parecido ao que tive ao ler que: abre aspas...

"Recentemente, nada me deixou mais desconcertado que o fato de meu filho Miguel, de 2 anos de idade, ficar viciado no Google. Sério! Não é papo de pai coruja(...) Um belo dia, eu estava com o browser aberto na pesquisa de imagens do Google, com dezenas de cavalos na tela. Ele se aproximou e apontou entusiasmado:
- Ahá! Cavalo!
Pulou no meu colo e ficou aguardando o que mais sairia daquela caixinha. Resolvi dar enter no teclado e pimba! As imagens dos cavalos começaram a se renovar na tela...
Eu achei que ele já estava satisfeito com a brincadeira, quando ele, com olhar compenetrado, me pede com firmeza e convicção:
- Carro.
(...) A brincadeira foi longe(...) O pequeno Miguel descobriu um uso para o sistema de buscas(...) É um excelente brinquedo para crianças da pré-escola. Uma espécie de caixinha de desejos. E tudo isso na primeira vez que o rapaz usou a internet!
Hoje, quando quer brincar no Google Imagens, Miguel diz:
-Papai, quero ver "uma" coisas!"

... fecho aspas.

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