Não se iluda. Aviso logo que é mar de gente.
Para os que como eu não viram a tal "semana útil" terminar na quarta-feira, a sexta de trabalho ao menos prometia ser mais calma. Que nada. Meu primeiro compromisso, para o qual reservei uns 20 minutinhos, durou 1h30 e me custou R$ 8 de estacionamento. Meus 20 minutinhos custariam R$ 1. "Desculpa, moça, mas passou de 1h e é o sistema que marca o tempo. Se eu cobrar menos tenho que pôr do meu bolso e...", tentou amenizar o manobrista-caixa, quando eu o interrompi: "Eu sei. Fiquei uma eternidade lá dentro, eu sei".
A eternidade sentada no banco da sala de espera de um banco. Para minha sorte, entre os que pensaram como eu que hoje seria um bom dia para buscar moeda estrangeira no câmbio, um conhecido meu. Ufa! Batendo papo o tempo passa mais rápido. Pior que não tem jeito, papo de paulista tem que ter coisas assim: "Peguei a 23 de maio congestionada!". Mas é verdade, ora essa. Falar de quê depois de passar preciosos minutos, ou horas, ou sabe-se lá o quê, no trânsito? A gente precisa desabafar...
No trabalho, muito trabalho. E cá entre nós esses feriadinhos de quinta quando se tem trabalho só servem pra deixar a sexta arrastaaaaaada. Não rende 100%, vai? Confessa! E tem sempre quem não tem o que fazer e quer papear com você.
Já em casa resolvi ligar a TV, coisa que não tenho feito com frequência. Olha o mar de gente de novo. Desta vez, na caixinha mágica que me distancia dos fatos ruins tanto quanto me aproxima das coisas boas. 25 de março: lotada. Detran: lotado. Shoppings: lotados. Filas para assistir aos dois shows do cantor de rock japonês, Miyavi: lotadas. Desliguei a TV e já botei em questão minha ida ao bairro da Liberdade este final de semana, quando acontece o Bunka Matsuri, ou festa da cultura japonesa. Em meio a toda a multidão que há de passar por ali, não haverá se quer liberdade para andar, aposto.
Também, eu poderia evitar ver tanta gente assim se ouvisse meu colega de trabalho que tenta me convencer de que foi besteira operar a minha miopia*. "Nesse mundo, quanto menos a gente vê, menos a gente sofre", é o que ele diz. Até que é engraçado.
*Mas não foi besteira não. Fiz a cirurgia dia 13 de maio e estou bem feliz com o resultado. Nunca me adaptei com lentes de contato. Até tentei, mas não rolou. Óculos, concordo que faziam um charme. Mas eu bem sei o que é ir ao cinema e não enxergar ao filme porque o óculos ficou em casa. Ou não encontrar o endereço porque estava sem o tal auxiliar da visão. Pior que isso é passar por alguns conhecidos e não cumprimentá-los, afinal, você não viu, literalmente, que são conhecidos. Alguns te chamam e você tem a chance de se explicar. O problema são os que deixam estar. Esses vão espalhar que você passou por eles e os ignorou... e essas informações voam e tomam proporções descabidas.
Mas calma lá. Ainda estou sofrendo da "visão flutuante". Um fenômeno que acontece em quem opera, por um período não longo, mas indeterminado. Você está enxergando normalmente e, de repente, tudo fica embaçado. Situaçãozinha embaraçosa, viu!
Mesmo assim, aos que desejam se livrar dos óculos eu digo sim, façam a cirurgia. Também tive medo, relutei, mas é bem simples e vale muito a pena. Claro, antes converse com um oftalmologista de confiança e faça todos os exames. Como em tudo na vida, existem casos e casos.
Aliás, vou parando por aqui que meus olhos já estão pedindo. Tenho a tal da "síndrome do olho seco" e a culpa é minha: tenho preguiça de piscar, pode? Juro que quando me lembro, eu pisco. Mas normalmente me esqueço e quando pisco é só até a metade do olho. Que coisa feia, não?! Economizar piscar de olhos... Não. Isso já é demais. Mas é, fazer o que?!
Em dias secos como hoje, piora muito. Aí, lágrima artificial nos olhinhos que eles agradecem (mas, como que por vingança, permanecem um tempo embaçados).
Por que será que teimo em manter os olhos tanto tempo abertos... vigiantes... Sabe-se lá!!! Vai ver que pra ver o que nem todos vêem na multidão que forma o mar de São Paulo... mar de gente! Será?
Ah, sem falar que vem ai a Parada do Orgulho Gay, no domingão. Me lembro de um ano em que desci o elevador de um prédio no qual morei, na Consolação, com uma senhora e um casal gay. Incrédula, a vovó sentenciou: "não é possível, com tanta bicha assim não deve ter mais homem nesse mundo." Mas ela merece perdão. Devia estar sob o efeito alucinógeno da vista de sua sacada que tinha como paisagem a avenida da Consolação, mais colorida do que nunca. Uma avenida inundada por gente alegre e saltitante que vem ai de novo. E que agora poderei ver sem a barreira da miopia ou das lentes de contato.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
São Paulo tem mar no feriado
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