sexta-feira, 3 de agosto de 2007

"O príncipe encantado quase nunca chega."

"Foi assim que aquela mãe ensinou o que talvez a filha levasse a vida inteira para aprender. Ou nunca aprendesse... A menina, vestida de princesa, chorava copiosamente porque seu par na peça de teatro da escola não havia chegado. O tal príncipe encantado..."

Mas este foi apenas um dos assuntos em pauta naquela mesa. Éramos quatro mulheres. Quatro amigas totalmente diferentes que um dia se conheceram e reconheceram no mesmo curso de teatro. Àquela altura, eu era o "sapo de fora"... Elas se reencontravam quase sempre, eu há tempos não as via. Foi uma festa. Quatro mulheres em um bar. Quatro copos. E muita história para contar. Em poucos minutos já estávamos próximas de novo. E percebemos que ainda falávamos a mesma língua. Havia presença.

Eu queria revê-las. Mas também tinha uma proposta: elas poderiam me ajudar a resgatar um sonho adormecido. E aconteceu. Éramos quatro mulheres para três papéis. E eu era o "sapo de fora". A última da fila... ao menos pensei que fosse. Mas uma delas disse: "no palco, não". Foi quando eu sorri e disse "SIM".

Foi mais que um sim à personagem, que ainda nem bem sei quem é. Foi um sim para a proposta que eu mesma faria. A de um resgate.

Filosofia, sociologia e terapia rolaram soltas na mesa. Naquela mesma mesa onde deixamos nossas frustrações e fantasmas de um curso de teatro com seus altos e baixos. Suas soluções e problemas. E onde resgatamos nossas almas intrigadas e sedentas que, neste ponto, são quase idênticas, preservando as diferenças. Ali, naquela mesa, falamos e ouvimos. Choramos e sorrimos. Havia um pacto entre nós. O de sermos livres, apesar dos compromissos.

Foi o melhor dos encontros. Até que venham os próximos.

O próximo, aliás, tem data marcada. É o chá de espera do Bernardo. Que, se for esperto, vai aproveitar a oportunidade de participar de encontro tão íntimo entre mulheres, ainda que no ventre da mãe, para especializar-se na alma feminina.

E que venham os próximos... e que nunca chegue a "saidera"...

Em tempo:
Na vida real o texto de ontem foi editado. Com novo desfecho. Pensei em corrigí-lo, mas não faria sentido. Naquele momento aquela era a realidade... e ele estava correto.
Giu, Gê, falar com vocês tranquilizou meu coração. Me fez sentir que estão encarando as coisas como tem que ser. Se precisarem é só chamar.

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