... que quando chegasse nessa fase do caminho seria mais demorado. Enquanto planejava a mudança, olhava para a prateleira de livros como se visse uma placa: reduza a velocidade.
E foi exatamente em meio aos livros e recortes e revistas e meus textos que me perdi. Reencontrei meus pensamentos. Reencontrei a pasta de idéias que sempre vai para o fundo do baú. Amarelada, sem vida, até que passo os olhos por uma das folhas e depois outra e depois outra e elas vão se sobrepondo, fazendo-me lembrar de quem fui. Juntando os pedaços que me trouxeram até aqui. Me transformaram em quem sou.
Uma das amareladas folhas é datada de 04/02/1997. Um década e pouco atrás, quando fiz um desabafo...
"Um dia se foi
como se nunca tivesse estado.
Simplesmente partiu.
Deixou-me a vaga lembrança
de quando ainda criança
um dia me sorriu.
No plano da realidade
fez-se de um sopro de vida
a cruel velocidade
situação de morte.
E lá estava seu corpo,
parado,
sem cor e nem mais dor.
Não sentia nem ao menos
o odor das próprias flores
que lhe depositavam ao redor
no leito agora eterno.
Seus olhos cerrados
não eram capazes de ver
as chamas das velas
que por ele acendíamos.
Talvez só tu´alma sentisse
o peso com que cada lágrima rolava em minha face
para cair ao léu
e evaporar-se
em lugar nenhum..."
(Franck, que saudade amigo. Foi tão cedo! Tanto quanto o Tom e o Alexandre. Que como você não entenderam que a velocidade pode nós levar muito rápido mesmo... e para sempre!
Saudades de vocês amigos! Eternamente...)
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Saudades também do professor Zizzo, que no primeiro ano de faculdade me encantou com sua filosofia. Não a dos livros simplesmente, com as quais hoje tenho que me contentar. Com a filosofia da vida... com a mesma simplicidade que tentei colocar no discurso que li, na missa que rezamos para a dolorosa despedida...
"O corpo padece, se vai, se destrói simultaneamente. Em segundos deixa simplesmente de pulsar, de agir, de ser, de existir.
Seu corpo se foi, de uma forma brusca. Violentamente se separou de nós, que choramos e não compreendemos nada... será difícil filosofar quando o tudo e o nada nos lembrar seu jeito de ser você... Pediremos então à Deus que conduza tua alma para a luz da eternidade..."
(Tão pouco tempo, mestre, tão pouco tempo. Mas ao lado de um mestre basta um segundo, se bem aproveitado. E quanto aproveitei da sua sabedoria. Quanto bebi dessa fonte. Aliás, jamais esquecerei seu conselho, no balcão do "Tico e Teca". Por isso estou resgatando, aqui dentro, mestre, meu raciocínio sobre a vida! Jamais esquecerei seu conselho.)
domingo, 12 de agosto de 2007
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