domingo, 5 de agosto de 2007

Sabe da última?

O frio voltou a rondar São Paulo neste domingo. Um convite para devorar livros e revistas embaixo das cobertas, até que o sono venha. Mas quando passei os olhos pela reportagem de Rosana Zakabi na revista Veja: "Psiu! Ouviu essa?", que afirma que "os homens fofocam tanto quanto as mulheres, o que muda é o conteúdo de suas maldades", não resisti e vim direto para o computador. Mais ou menos como quando você fica sabendo da bronca que seu superior insuportável tomou do chefe, ou do fora que o bonitão da turma levou da "mina que estava no papo"... Em algumas dessas vezes, pode confessar, você não resiste e bota a boca no trombone, doa a quem doer.

Pois é. E eu vim contar que nós mulheres já sabíamos do que o Social Issues Research Centre, de Londres, só conseguiu provar depois de fazer mil entrevistas. Homem é fofoqueiro sim. Claro que, como no caso das mulheres, não dá para generalizar. Mas que fofoca não é coisa só de menina, isso não é mesmo.

Mulheres de plantão, querem fazer um teste e atrair a atenção dos homens que estão ao seu redor? Comecem a cochichar com uma amiga - ou um grupo delas - e soltar uns risinhos de vez em quando, com aquele olhar desconfiado de quem sonda se não está sendo ouvida. Mas finja que não percebeu que eles estão por perto. É batata. Os mais discretos vão quase quebrar o pescoço na tentativa de ouvir ao menos uma palavrinha do diálogo. Os mais desesperados não vão se conter e soltarão a famosa "do que vocês estão falando?". Ao que, se for essa semana, você pode responder: "leia na página 104 da revista Veja."

Queria também deixar um alerta sobre a afirmação do sociólogo da Northeastern University (Boston), Jack Levin, que aponta a fofoca como instrumento poderoso para entender o ambiente em que se vive e adaptar-se à ele. "Num escritório, por exemplo, é através das conversas no cafezinho que o novo funcionário fica sabendo como é o clima no local, em quem se pode confiar, como é a política de promoções, se a moça atraente da mesa ao lado é comprometida, e assim por diante.", diz ele. Ok. Mas é importante que haja coerência nas interpretações. Toda fofoca pode estar recheada de intrigas mais sérias, totalmente pessoais e intransferíveis. Nesse caso, "o buraco passa a ser mais embaixo". Se a opção for mesmo nortear-se pelas fofocas para escolher em quem confiar, tente tomar cafezinhos com o máximo de pessoas e estar bem atento. Ou você corre o risco de ouvir só um lado da história, que pode ser justamente o da ficção. Como em tudo na vida, neste caso também é preciso separar o joio do trigo.

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