quarta-feira, 4 de junho de 2008

Para que nem tudo seja descartável

O copo feito de um plástico cor de laranja se destacava na bagunça da minha mesa. Mesmo assim demorou até que atraísse minha atenção. "De quem é?", perguntei quando o notei. "Seu", responderam em coro. Não dei muita bola já que àquela altura um outro fato qualquer - uma manchete nos jornais online, as respostas de uma aguardada entrevista ou um telefonema -, me desviou do assunto e me levou novamente para a demanda de trabalho intenso. Só bem mais tarde me dei conta da resposta. "Esse copo não é meu", continuei quando na sala o assunto já era esquecido. "É sim. A firma que comprou um pra cada um e vai parar de usar copos descartáveis", respondeu a faxineira que entrava abruptamente na sala para limpar os cestos de lixo. A resposta me deixou aliviada. Não por solucionar o mistério do copo laranja. O fato é que há meses, talvez anos, tenho tentado controlar o impulso de jogar o copo descartável no lixo depois de tomar água, o que faço várias vezes ao dia. "De novo" é o que penso todas as vezes quando vejo mais um copo empilhado sobre os outros, no lixo.

Consciência é diferente de cultura, de hábitos, mas é um caminho. Neste caso foram raras as vezes em que ela me fez mudar de atitude. Preciso confessar que já tinha em minha mesa uma caneca para o café e um copo de vidro para a água. Mas era inconsciente. Afinal, o copinho descartável tinha uma missão para estar ali, na minha frente, ao lado da cafeteira e do filtro de água.

Agora, na ausência dos descartáveis vou ter que me adaptar ao copo laranja que já passou a fazer parte do cenário montado em minha mesa. É uma nova realidade. Uma pequena mudança de hábito que vai proteger o planeta de uns 5 copinhos por dia, 25 por semana, 100 por mês, 1,2 mil por ano... só meus.
É preciso mudar já que nosso planeta não é descartável. Pelo menos não deveria ser!

Nenhum comentário: