O que você faria se acordasse pela manhã, para mais um dia de trabalho, e não reconhecesse seu corpo, sua voz... nem mais soubesse como se levantar da cama, aquela velha companheira que por anos a fio você simplesmente deu as costas sem nem ao menos dizer "até mais!"? Qualquer semelhança com "A Metamorfose", de Kafka, não é mera coincidência.
De início parece situação temerosa. Um desastre! Mas será? Deixemos a literatura de lado - e Kafka há de nos perdoar porque ele mesmo era avesso à tudo que não fosse a própria literatura, incluindo comentários sobre ela.
Você já se perguntou se é o que gostaria de ser? Se tem feito o que te faz bem? Qual o motivo de tamanha rejeição às mudanças? Ontem escrevi sobre o creme de papaia com cassis. Porque será que já nem me lembrava mais da última vez que saboreei a sobremesa que tanto me apetece?
Não sei. Dieta? Mas e os chocolates e sorvetes?!? Falta de opção? Não cola. Está sempre ali, em algum cantinho do cardápio: "Creme de Papaia com Cassis", normalmente seguido da descrição: "Delicioso creme de sorvete batido com mamão papaia coberto com licor de cassis". Só de pensar me enche a boca d`água...
Como não tenho a resposta, vou parar por aqui. Até porque ando avessa à auto-ajuda desmedida que se prega por ai. E esse texto caminha para isso. Bate na madeira 3 vezes e isola.
Mas eu acho que se você acordar amanhã e reconhecer seu próprio corpo, sua voz... tiver controle de seus movimentos... ainda dá tempo. Pense naquela sobremesa que você tanto gosta e há tanto não come. Se é tão bom, te dá prazer, porque não provar de novo? Só tenha parcimônia. Tudo que é demais sobra.
Bon apetit!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ah... se tem mal de que não padeço é passar vontade. Sigo a conta: tenho vontade + o dinheiro que tenho no bolso dá + o tempo que disponho é perfeito = desejo realizado.
Postar um comentário