Eu já estava cansada de ser cobrada para que escrevesse um blog. "Jornalista sem blog?", questionavam uns. "É tão fácil fazer um", insistiam outros. Alto lá! É justamente porque sou jornalista e porque é tão fácil fazer um que fui deixando de lado, como tantas outras coisas na minha vida: o livro de poesias... o roteiro da peça de teatro... tudo no rascunho.
Mas inevitavelmente passei a conviver com pessoas e seus blogs. Em alguns momentos tive até raiva dessa tal de internet que faz a gente poder tudo - quase tudo, mas um quase que já é muito. Fui me rendendo aos poucos. Passei a ser visita frequente - e quase invisível - em alguns desses blogs. E no convívio com alguns de seus autores percebi que poderia ser prazerozo. Quase um exorcismo dessa angústia de não ter um livro, um blog, um filho... rs
Claro, como tudo em minha vida resolvi planejá-lo - o blog, não o filho. Tinha que ser perfeito e do jeitinho que eu queria. Diferente do dos outros. E como o universo sempre conspira a meu favor, eu até tinha a melhor data: 17/10/2007, dia em que entraria para o time das Balzaquianas. Ok! Estava decidido.
Mas eu fui percebendo que a vida não ia esperar até lá. Que nem eu mesma poderia garantir que chegaria aos 3.0. "Ai meu Deus! E agora?", pensei.
O despertador tocou e eu acordei essa manhã com vontade de escrever. Decidi: "é hoje". E foi.
Me lembrei do meu diário verde. Lá pelos 12 anos. Ele ainda existe. Guardado na casa dos meus pais. As vezes ainda o leio, no silêncio das minhas lembranças. É tão bom! Eu nem era jornalista, por isso é tão sincero. Tem alma. Tem vida.
Foi através dele, por exemplo, que meus pais descobriram que eu estava apaixonada pela primeira vez. O mesmo diário que hoje me transporta para um tempo que, acreditei, não passaria nunca. Passou.
Agora estou tentando ser sincera. O máximo possível. Mas é difícil. Uma professora muito especial um dia me explicou o porquê de dificuldades assim. Mais ou menos isso: "toda criança nasce com um luz muito forte dentro dela. Como é pequena, a luz tem ainda mais intensidade. Ai vai crescendo e aprendendo um monte de coisas que são jogadas lá dentro da alma. Sim e não. Pode, não pode. É, não é... A criança cresce e esquece que é preciso deixar a luz brilhar. Vai se enchendo de lixo e os raios da luz vão perdendo espaço, perdendo espaço... sobram ainda algumas frestinhas pra luz passar, até que o último raio se esconde. Mas ela me disse isso em um daqueles dias que estamos mesmo sem brilho, tristes e desanimados. Para finalizar, deu a sentença: "Rita, o bom é que você pode remover todo esse lixo ai de dentro. E sua luz vai voltar a brilhar. Ela não se apagou, só está escondida".
Lindo, não! Eu acho.
Ah, ontem também ouvi algo de uma pessoa muito especial que queria usar para finalizar este primeiro - e temeroso, confesso - texto: "Você é o que é naquele momento".
sábado, 21 de julho de 2007
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2 comentários:
Super boa sorte, blogueira!
Rita Broadcast Elisa,
por quê você foi lançar um blog, hein? Agora terei que passar por aqui diariamente! Respeite minha falta de tempo por favor!
Brincadeiras de lado, neste recadinho segue todo meu desejo de sucesso pra você, não só nessa como em outras empreitadas. Aliás, desejar sucesso pra você em comunicação é chover no molhado.
um grande beijo do fã e amigo,
Eduardo Zugaib
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